Do Comunique-se O ombudsman da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, disse, em artigo neste domingo (para assinantes) e ao Comunique-se nesta segunda (03/11) que o jornal tendeu favoravelmente ao candidato Gilberto Kassab, eleito pelo DEM em São Paulo.

Para Lins da Silva, foi exagerado o destaque que o jornal deu, tanto em texto informativos quanto opinativos, para o debate da propaganda da candidata Marta Suplicy, que questionava porque Kassab era casado e não tinha filhos.

Mesmo tendendo a Kassab em colunas, artigos e matérias, Lins da Silva não acredita que o jornal se posicionou a favor do candidato. “Não houve nenhum editorial favorável a Kassab”, afirmou o jornalista.

O ombudsman diz que a Folha poderia ter feito o que considerou uma boa cobertura, como no primeiro turno, confrontando propostas, se realmente era verdade o que os candidatos diziam nos debates. “Faltou o que teve no primeiro turno, confronto de propostas”, disse Silva.

Editor de Brasil O editor de Brasil, Fernando de Barros e Silva, rebateu, nesta segunda (03/11), em matéria também para assinantes, o ombudsman do jornal.

Para o editor de Brasil, a Folha colocou em pauta um tema – a denúncia ao homossexualismo –, “uma notícia que gritava à nossa volta”.

Ressaltou a contrariedade com uma candidata que sempre defendeu o direito dos homossexuais com a campanha, mas destacou que não houve um “linchamento” à candidata. “O jornal foi o primeiro a ouvir a própria Marta, além de entrevistar com exclusividade seu marqueteiro e o chefe-de-gabinete de Lula, entre outros – petistas e opositores.

Houve, em resumo, um empenho para fazer a lição de casa diante de uma notícia que gritava à nossa volta”, disse.

Silva afirmou ainda que a Folha fez mais que o debate em cima da questão da propaganda de Marta, realizou sabatinas com os candidatos, realizou entrevistas e criou seções fixas, como “Eu voto em…” e “Lupa na campanha”, confrontou propostas de governo, “muito parecidas”, e desconstruiu promessas feitas pelo primeiro turno na TV.