De Política/JC A transição administrativa em Jaboatão dos Guararapes está se transformando numa guerra de nervos e de contra-informação.
A equipe do prefeito Newton Carneiro (PRB) que trata da transição reagiu ontem à iniciativa dos assessores do prefeito eleito, Elias Gomes (PSDB), de irem à Justiça para obter dados sobre a máquina pública.
Coordenador da equipe, o secretário municipal de Educação, Fernando Freire, se disse “surpreso” com a postura dos aliados do tucano.
Segundo ele, a medida judicial é “desnecessária” tendo em vista o montante de informações já repassadas pela atual gestão.
O argumento não convenceu os aliados do tucano.
O advogado de Elias, Henrique Leite, confirmou que vai entrar com uma medida judicial para obter informações.
Na última quinta-feira, após a terceira reunião entre as duas equipes, o coordenador do grupo tucano, Ronildo Albertim, disse que estava insatisfeito com os dados repassados até então.
Dos 71 questionamentos feitos em 15 de outubro pelo grupo de Elias, 35 foram respondidos.
Albertim acusou a equipe de Newton de “omitir” dados.
Por isso, iria à Justiça para obtê-los.
O secretário Fernando Freire se disse “surpreso” com a postura de Albertim porque na reunião entre as duas equipes ele não fez qualquer queixa de demora no repasse de dados.
Chegou a divulgar uma foto para atestar que o encontro foi cordial. “Ele (Albertim) só se queixou à imprensa.
Na reunião, não me disse nada.
Pelo contrário: recebeu as informações e o clima do encontro foi cordial”, afirmou Freire.
Albertim foi procurado ontem, mas não foi localizado para tratar do assunto.
Fernando Freire contestou a crítica de que a equipe de Newton negligencia dados. “Do jeito que as coisas estão sendo colocadas, parece que somo lenientes.
Só tivemos 12 dias úteis desde a abertura da transição.
Não ficou acertado que as respostas serias dadas todas de uma vez.
Vamos prestar todas as informações que eles pedirem”, afirmou.
Para o secretário, seria incorreto avaliar que não estão sendo passados dados, porque foram respondidas apenas 35 das 71 perguntas formuladas pela equipe do futuro prefeito. “As informações que já passamos são suficientes para uma análise complexa da prefeitura.
Outras são mais complexas e precisam de mais tempo”, alegou.
JUSTIÇA A base da ação judicial a ser proposta pelo advogado de Elias, Henrique Leite, é a Lei Orgânica de Jaboatão.
Ela estabelece prazo de 10 dias úteis para que o prefeito passe ao sucessor informações sobre a gestão.
Apesar da ameaça, este processo só poderia ser manuseado depois da proclamação oficial do resultado das eleições, que aconteceu na última sexta-feira.
Mas Leite garantiu que pode mover o processo antes desse prazo.
Ele decidirá na segunda-feira quando entrará com a ação.