Da Agência Estado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar no ato em que seria assinado um contrato da Petrobras com a Cuba Petróleo e inaugurado um escritório da Associação Brasileira de Promoção das Importações e Investimentos (Apex), em Havana, voltou a insistir na sua pregação a favor da mudança e da regulação do sistema financeiro internacional. “É preciso mudar a economia mundial.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial do jeito que funcionam hoje, de nada servem.

Os países precisam regular o sistema financeiro”, declarou. “Não dá mais pois descobriu-se que o mercado é um ovo sem gema”.

Lula disse que o mercado, “tido desde o Consenso de Washington como regulador de tudo, no momento em que entrou em crise teve que pedir socorro ao Estado.

E isso provou que o mercado não se auto-regula, e é preciso que os países, principalmente os emergentes, que estão sendo apontados como salvadores do capitalismo, tenham direito a participar das decisões.” O presidente atacou novamente os especuladores, afirmando que “não fizeram produzir nem um botão” “Não dá para você ser submetido a uma lei e o sistema financeiro não ser”, criticou.

Ele voltou a admitir a gravidade da crise, reiterando, porém, que o País não paralisará investimentos. “A crise é séria, atingiu os países ricos, terá reflexo nos outros, também no Brasil, mas o Brasil está se prevenindo, não vai paralisar seus investimentos.” Lula repetiu que o Brasil passou de devedor a credor, pois tem mais reservas do que dívida.

E contou: “Eu tive uma alegria imensa no dia em que chamei o presidente do FMI, um espanhol chamado Rato (Rodrigo de Rato), e lhe disse: “Não preciso mais dos seus 16 bilhões de dólares, pode levar.

Vocês não imaginam a alegria que tive - eu que passei a vida inteira dizendo ‘fora, FMI’ e, como presidente da República, ter chamado o FMI para dizer ‘Adeus, FMI’.