Por Giovanni Sandes, em Economia Depois das escolas particulares, no próximo dia 13 são as faculdades privadas de Pernambuco que vão discutir se utilizarão o Cadastro de Informações dos Estudantes Brasileiros (Cineb), uma espécie de SPC da educação.

Na noite de ontem, os dirigentes de colégios reuniram-se no Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Pernambuco (Sinepe) e decidiram pela adesão ao Cineb.

Segundo o diretor-executivo do Sinepe, Arnaldo Mendonça, essa vai ser a orientação repassada para todas as cerca de 350 associadas ao sindicato, no Estado.

O Cineb funciona há duas semanas, alimentado com informações dos usuários – as escolas, que pagam uma mensalidade por isso.

Conforme elas utilizam o cadastro, montam em conjunto uma lista de devedores.

A idéia é que o Cineb seja utilizado para que as escolas evitem receber inadimplentes, no período de matrículas.

Quem terá o nome relacionado na lista será o pai ou responsável, não o aluno.

Os devedores receberão uma carta em casa alertando sobre a inclusão no cadastro, caso não regularizem o débito.

A ferramenta foi criada pelo serviço de proteção ao crédito Check Check (nome do SPC do Brasil), em convênio convênio com a Confederação Nacional de Ensino (Confenen) e apoio da Serasa.

O assessor jurídico do Sindicato das Instituições Particulares de Ensino Superior do Estado de Pernambuco (Siespe), Inácio Feitosa, diz que os colégios e faculdades não são obrigados a cadastrar-se no Cineb. “Vamos estudar a ferramenta, procurar o Confenen e, aí sim, após a reunião do dia 13, tomar um posicionamento.

Nada vai ser decidido sem análise”, diz Inácio. “É preciso esclarecer que esse é simplesmente um serviço que existe há muito tempo, só que agora direcionado para um segmento específico, as escolas.

Integrantes do Check Check conversaram com a Confenen, que divulgou (o serviço) para os sindicatos afiliados, possibilitando o acesso ao banco de dados.

Não tem nada de ilegal, nada de novo”, defende Mendonça. “São cerca de 350 escolas filiadas ao sindicato – as maiores e as médias.

Porém, em Pernambuco mais de 400 utilizam o SPC.

Quando reclamamos da inadimplência, não falamos de quem tem boa-fé e fica sem pagar por um problema ou então de atrasos de um ou dois meses.

Falamos de quem paga um mês e passa 11 sem pagar.

Depois, muda de colégio e começa tudo de novo”, completa Arnaldo.

Ao todo, estima-se que haja por volta de 2.400 escolas privadas em todo o Estado, incluindo pequenas instituições de ensino.