Do Comunique-se Jornalistas presentes ao último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, afirmaram que Gilberto Kassab (DEM), reeleito neste domingo (26/10), foi mais acessível à imprensa que Marta Suplicy (PT).
Clarissa Oliveira, repórter de Política do Estado de S.Paulo, Leandro Calixto, do portal Terra, Chiristiano Panvechi, da Rádio Bandeirantes, e Conrado Corsalette, repórter do Caderno Brasil da Folha disseram que, em muitos momentos, a cobertura de Marta Suplicy tinha um número de perguntas reduzido, sobretudo no fim da campanha.
Eles acompanhavam, da sala de imprensa, o debate entre os candidatos na sexta (24/10), na Rede Globo.
Clarissa Oliveira, do Estado, disse que a própria assessoria de Marta a instruía a responder a um número limitado de perguntas. “A assessoria da candidata Marta reduz a entrevista”, afirmou.
Clarissa conta que Marta, por exemplo, se recusou a dar entrevistas ao Estado no dia das eleições do primeiro turno.
Apesar de cobrir mais Marta, Clarissa comparou o acesso a ela ao do prefeito. “Kassab responde aos pedidos dos jornalistas na hora.
Diz, assim, ‘sete horas da manhã estou tomando café, pode vir’”, comentou.
A jornalista disse que foi o mais fácil acesso um dos motivos pelos quais Kassab teve maisa espaço na imprensa que Marta. “Ele apareceu mais, por isso saiu mais na mídia”, afirmou.
Para Conrado Corsalette, da Folha, que está na sua quinta eleição, concordou com o número limitado de perguntas a Marta. “Um problema sério da campanha da Marta foi a agenda política.
Sempre houve limite de respostas para perguntas de quatro, cinco jornalistas (porque a candidata já havia se comprometido a outros encontros)”.
Chiristiano Panvechi, da Rádio Bandeirantes, ressalta que as duas assessorias foram solícitas, mas também relata dificuldades de falar com Marta.
Porém, o jornalista conta que a assessoria da Marta sempre trabalhou para que os repórteres tivessem a melhor situação possível, em meio à multidão de suas passeatas.
Para Leandro Calixto, do Portal Terra, a cobertura da candidata Marta Suplicy também foi prejudicada na reta final. “O número de perguntas ficou reduzido”.
A assessoria de Marta Suplicy confirma que, no fim da campanha, ficou mais difícil o acesso à candidata, devido à agenda. “Havia muitos veículos, e os jornalistas tiveram dificuldade em chegar perto da candidata por causa da população”, disse a assessoria.
Inclusive, Marta e Kassab decidiram negar um pedido de debate na TV Cultura, em parceria com o Estadão, alegando falta de espaço na agenda.
A assessoria de imprensa da petista nega qualquer tipo de privilégio dado a um ou outro veículo: “Jamais houve privilégio em relação aos veículos.
Todos foram atendidos: TV, rádio, impresso”, disse a assessoria.
Gilberto Kassab classificou o debate de sexta como produtivo. “Temos até domingo (26/10) para levar nossa mensagem ao eleitor”, afirmou o candidato à reeleição.
Marta Suplicy disse que o debate na Globo foi o “melhor”, devido ao confronto direto entre os candidatos, em que se faziam perguntas mutuamente durante todo o programa, sem a interferência de jornalistas e com a mediação de Chico Pinheiro apenas na passagem da pergunta de um candidato ao outro, na hora da réplica, tréplica, e na contagem do tempo de cada um.
A candidata acreditou que Kassab se atrapalhou no debate e apresentou “números distorcidos”.
O prefeito não teceu comentários sobre a atuação de Marta Suplicy.