Por Elson Teles Do Departamento Econômico da corretora Concórdia O Copom deverá manter inalterada a taxa Selic em 13,75% ao ano na reunião desta semana, a penúltima do ano, confirmando a aposta majoritária dos analistas de mercado.
Neste momento de forte instabilidade nos mercados financeiros e de crédito internacionais e diante da perspectiva de que o mundo poderá entrar em recessão, não parece fazer muito sentido o nosso Banco Central se colocar na contramão do que se passa lá fora e continuar subindo a taxa básica de juros.
Portanto, concordamos com a avaliação de que, neste momento, quando não se sabe ao certo o que fazer, o mais sensato é o Copom interromper o processo de aperto monetário.
Dessa forma, estará se permitindo um tempo maior para que as incertezas quanto aos desdobramentos da crise externa sobre a atividade econômica e, sobretudo, sobre a inflação doméstica, possam ser mais bem compreendidos e avaliados.
Ao mesmo tempo em que faz uma pausa técnica, o Copom poderá manter um discurso austero, sinalizando aos agentes econômicos que continuará perseguindo o centro da meta de inflação para 2009 e que, por isso, poderá retomar o processo de alta do juro caso o cenário prospectivo para a inflação venha a colocar em risco o seu objetivo precípuo, contribuindo assim para ancorar as expectativas de inflação.
Dessa forma, o BC estará mantendo o seu compromisso com o regime de metas para a inflação sem deixar de levar em conta o que está ocorrendo com a economia, inclusive no que se refere à oferta de crédito e as incertezas trazidas pelas crise externa.