Por Carla Seixas, de Economia/JC Sem muito alarde por parte das grandes redes de vestuário, o consumidor já sente no bolso o impacto da crise econômica ao pagar juros mais elevados no parcelamento das compras.

Redes de grande penetração como C&A, Renner e Marisa já alteraram suas taxas e atingem em cheio os consumidores.

Na prática, as taxas mensais para parcelamentos acima de cinco vezes passaram de uma média de 5,9% para 6,9%, com algumas redes deixando margem para mais ao anunciar tetos de 9,9%, embora pratiquem 6,9%.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sílvio Vasconcelos, atesta que empresas que operam com financeira por trás já aplicaram a revisão das taxas. “Essas tiveram que mudar.

Já as de crédito próprio tentam segurar. É que o reflexo nas financeiras foi mais rápido por conta dos bancos”.

Ainda assim ele se mantém otimista para o Natal.

A reportagem percorreu as lojas da cidade questionado, no balcão, junto aos funcionários, quais taxas estavam sendo praticadas agora, pouco mais de 30 dias depois do agravamento da crise econômica mundial, algo que afetou em cheio o crédito ao consumidor.

No caso da C&A, a alteração não se limitou a mudança do percentual.

Os funcionários informam que não “se trabalha mais com o parcelamento de até 5 vezes sem juros”.

Na prática, o consumidor agora só pode parcelar suas compras em até 3 vezes sem juros, não havendo sequer a opção de 4 e 5 vezes.

De 3 vezes, o parcelamento pula para 6, 7 ou 8 vezes, com juros mensais de 6,9%.

Antes da crise, o percentual mensal era de 5,8%.

Essa cobrança já é superior à adotada em 2007, quando parcelar no cartão C&A custava 4,9% ao mês para compras divididas acima de 5 vezes.

Outra rede que já precisou alterar os percentuais de juros cobrados foi a Renner.

A empresa chegou a colocar no mercado um anúncio informando que os valores divulgados anteriormente em seu material publicitário não estavam valendo.

Agora, para evitar “atropelos”, no balcão, a informação é que os juros mensais podem chegar a 9,9% ao mês, embora a operação aplicada seja de 6,9%, exato um ponto percentual acima do aplicado antes do agravamento da crise.

Mas a empresa continua dividindo em até 5 vezes sem juros.

Na rede Marisa, a taxa mensal informada é de 6,9%, contra cerca de 5%, segundo os funcionários.

Na Riachuelo a versão é que não houve mudança no formato do parcelamento, com juros mensais de 5,9%.