Os impactos da crise financeira internacional começam a ser sentidos pelas indústrias brasileiras.
As dificuldades de acesso ao crédito aumentaram, a margem de lucro diminuiu e os estoques estão acima do planejado, principalmente nas grandes empresas.
As informações são da Sondagem Industrial divulgada nesta quinta-feira, 23 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador das condições de acesso ao crédito caiu para 42,6 pontos no terceiro trimestre deste ano.
No mesmo período do ano passado era de 47,4 pontos.
O problema foi sentido com mais rigor nas empresas de grande porte, em que o indicador de acesso ao crédito foi 42,5 pontos, muito abaixo dos 49,7 pontos registrados no terceiro trimestre de 2007. “Esse resultado se deve ao agravamento da crise financeira internacional e a decorrente interrupção de linhas de crédito, em especial de fontes de crédito”, diz a pesquisa, feita com 1.443 empresas de todo o país, entre os dias 30 de setembro e 20 de outubro.
A insatisfação com a margem de lucro operacional também foi maior entre as grandes empresas.
O indicador de satisfação com a margem de lucro nesse segmento caiu de 47,3 pontos no terceiro trimestre de 2007 para 45,4 pontos neste ano.
A insatisfação é maior nos setores de álcool, madeira e borracha, informa a Sondagem Industrial.
Segundo a metodologia da pesquisa, o indicador varia de zero a cem pontos.
Valores abaixo de 50 pontos indicam evolução negativa.
De acordo com a pesquisa, as incertezas geradas pela crise financeira mudaram as expectativas dos empresários em relação ao desempenho da economia e dos negócios.
A previsão para a demanda futura caiu para 53,5 pontos no terceiro trimestre do ano, em relação aos 61,2 pontos registrados no período imediatamente anterior.
Na mesma base de comparação, o indicador de compras de matérias-primas caiu de 59,4 pontos para 51,1 pontos.
Os indicadores de expectativas em relação ao emprego e às exportações ficaram abaixo dos 50 pontos, ou seja, os empresários esperam retração das vendas externas e das contratações nos próximos seis meses.
O indicador de emprego recuou de 54 pontos no segundo trimestre para 49,8 pontos na atual pesquisa.
O indicador de exportações ficou em 48,4 pontos.
Entretanto, no terceiro trimestre do ano, a indústria teve desempenho positivo.
De julho a setembro, o indicador de produção atingiu 57,8 pontos, ante os 53,8 pontos registrados no terceiro trimestre de 2007.
O nível de produção foi maior entre as grandes empresas, com 60,1 pontos.
Informações da CNI