Por Isaltino Nascimento A vitória de muitos dos prefeitos eleitos no último pleito se deu por uma diferença mínima de votos.
Em Orocó, por exemplo, seis votos separaram o primeiro colocado do segundo.
Ao citar este caso, não questiono o resultado das eleições naquela cidade e nem nas demais onde ocorreram situações semelhantes.
Contudo, estes episódios demonstram como é imprescindível que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) retome o trabalho de recadastramento eleitoral em Pernambuco.
O recadastramento promovido pelo TRE – divulgado no final do ano passado – abrangeu apenas 23 municípios, mas obteve resultados significativos.
Houve o cancelamento de 77.545 títulos, representando 31,59% dos eleitores das cidades onde houve a revisão, que foram Afrânio, Águas Belas, Belém do São Francisco, Feira Nova, Ferreiros, Flores, Frei Miguelinho, Ibimirim, Itapetim, João Alfredo, Lajedo, Mirandiba, Moreilândia, Paranatama, Santa Cruz, Santa Cruz da Baixa Verde, Sertânia, Sirinhaém, Terezinha, Terra Nova, Tracunhaém, Venturosa e Verdejante.
O percentual de títulos cancelados nestes municípios demonstra como ainda é comum induzir grandes levas de eleitores a fazerem inscrição eleitoral em local diferente de onde moram para beneficiar políticos que tentam se perpetuar no poder a todo custo.
Os chamados eleitores-fantasmas podem decidir uma eleição onde as disputas são muito acirradas e ainda predomina o coronelismo alimentado pelo poder econômico. À época da divulgação deste balanço, solicitei ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que este trabalho fosse estendido às demais cidades do Estado, até porque o TRE também constatou que nos municípios revisados havia um número de eleitores superior a 80% da população, quando o aceitável pela Legislação é de 65%.
Infelizmente o pedido não foi acatado, deixando aberta uma brecha para fraudes eleitorais em muitos municípios.
Daqui a dois anos teremos eleições novamente e não podemos mais conviver com este tipo de prática.
O momento de fazer uma revisão geral do eleitorado é agora.
Afinal, o trabalho da Justiça Eleitoral, não apenas em Pernambuco, foi extremamente positivo e revelador.
E tenho certeza de que muitos cidadãos gostariam de saber qual a real situação em seus municípios.
Outro passo importante foi a identificação fotográfica nos novos títulos eleitorais emitidos.
O ideal seria que todo brasileiro votante já estivesse com seu documento renovado para as eleições de 2010.
O recadastramento e a identificação digital são passos importantes para acabar com o uso de parte do eleitorado por políticos que agem unicamente em detrimento da coletividade.
O voto de cada um tem que ser real.
Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog toda terça-feira.