O presidente do Senado, Garibaldi Alves, considera o caso de Lindemberg Alves, que assassinou a namorada Eloá Pimentel depois de mantê-la por cem horas em cárcere privado, um caso atípico na situação de violência vivida pelo Brasil.

Mesmo assim, ele entende que o Legislativo deve manter-se alerta para ser capaz de produzir leis que efetivamente aumentem a segurança no país.

Na opinião de Garibaldi, o Senado tem feito sua parte na discussão da violência e na elaboração de normas capazes de preveni-la e de ampliar a punição de crimes.

O senador lembrou, no entanto, que a imprensa tem ressaltado que o assassino de Eloá era um jovem de conduta absolutamente normal e que ninguém esperava que ele se transformasse num criminoso.

Numa entrevista concedida logo que chegou ao Senado, nesta terça-feira (21), Garibaldi foi indagado sobre o despreparo da polícia na solução desse caso.

O presidente do Senado respondeu que, por mais desastrada que seja uma operação policial, ele não tem condições de julgá-la, em razão de desconhecer todas as circunstâncias em que os policiais agiram.

Questionado sobre a atuação do Judiciário que, freqüentemente, colocaria em liberdade criminosos sem condições de voltar às ruas, Garibaldi Alves explicou que as leis são feitas por homens e mulheres sujeitos a erros como qualquer ser humano.

O senador acrescentou que ninguém pode esperar leis perfeitas, capazes de prever tudo. - O que temos de querer é que a legislação seja feita por pessoas eleitas legisladores, que aqueles que vão julgar sejam os juízes, e que aqueles que vão governar sejam os governantes.

O que não podemos é tolerar essa hipertrofia que existe, às vezes, infelizmente, com o Legislativo querendo dar uma de governo, com o governo e o Judiciário querendo legislar…

Não dá - concluiu o presidente do Senado.

Da Agência Senado