Da Agência Sebrae Brasília - A crise do sistema financeiro internacional, agravada nas últimas semanas, atingiu o preço do trigo importado.

Panificadoras, porém, devem manter o preço do pão.

Pelo menos até o fim deste mês.

A informação foi dada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), Alexandre Pereira da Silva, em entrevista à Agência Sebrae de Notícias.

Confira os principais pontos.

ASN: A chamada crise do sistema financeiro mundial chegou ao setor da panificação?

Alexandre da Silva: Sim, chegou rápido, por conta da variação cambial.

Houve aumento de 5% no preço da farinha de trigo.

Os moinhos já repassaram para o produto.

Estamos segurando o preço do pão, pelo menos até o fim deste mês (outubro).

Até lá, vamos ver como o dólar vai se comportar.

Normalmente, o custo da farinha de trigo, quando varia entre 40 a 50% do total, reflete entre 4% e 5 % no preço final do pãozinho.

ASN: Quais são os conselhos para os donos de padarias neste momento?

Alexandre da Silva: Aguardar e não repassar o preço para o consumidor até o fim de outubro.

ASN: Qual é a sua expectativa?

Alexandre da Silva: Acredito que vamos conseguir segurar o preço dos nossos produtos.

O valor cambial do dólar ficará em torno de R$ 2.

Ficando nesse patamar, temos como segurar os preços.

ASN: Como o senhor avalia a atual situação da economia mundial?

Alexandre da Silva: A crise é mundial.

Já afetou o Brasil.

Está claro.

Porém, o Brasil tem bases econômicas sólidas.

Os principais fundamentos da economia estão bons.

Vamos suportar essa crise.

ASN: Alguma coisa mudou no setor da panificação por causa da crise?

Alexandre da Silva: Não.

Continua tudo normal e a pleno vapor.

Na quinta-feira (16), foi o Dia Mundial do Pão.

Comemoramos em vários estados brasileiros.

Não temos porque parar ou mudar de atitude.

Vamos continuar correndo atrás dos projetos e programas para melhorar a qualidade dos nossos produtos e aumentar o consumo do pão no País.

ASN: Os empresários do setor estão preocupados?

Alexandre da Silva: Quem tem investimentos no mercado financeiro está, certamente, muito preocupado.

No nosso setor, não temos porque ficar com tanto receio.

A onda é forte, mas a gente vai conseguir sair dela.

Não é marola, nem tsunami.

ASN: Como foi o Congresso Mundial da Panificação, realizado na semana passada, em São Paulo?

Alexandre da Silva: Presidentes das associações nacionais do setor de todo mundo se reuniram no evento.

O clima foi um pouco preocupante.

Mas fico feliz, porque o Brasil tem mais a mostrar do que a aprender com os outros países.