A assessoria do governador Eduardo Campos (PSB) informou ontem que ele só se pronunciará sobre uma eventual intervenção em Jaboatão dos Guararapes depois que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidir o caso.
No entanto, se os desembargadores decidirem pela intervenção, o governador deverá segui-los.
Fontes ligadas ao Palácio do Campo das Princesas informaram, em reserva, que o governador já teria em mente o perfil de um interventor, caso o pedido seja acatado.
Seria alguém da área jurídica, ligado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), sem qualquer relação com a política.
A decisão do TCE, ontem, é a primeira de quatro etapas até a consumação de uma intervenção, um processo que passa pelo crivo do Ministério Público, Poder Judiciário e do governador.
A segunda fase cabe exclusivamente ao procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão.
Se ele acatar a recomendação do TCE, deve formular uma representação junto ao TJPE.
Neste instante, o processo entra na terceira fase, a judicial.
O Judiciário declarará, então, se a intervenção é legal ou não.
Se julgar procedente, comunicará a decisão ao governador, a quem caberá, ao final, decretá-la e nomear um interventor para o município.
Ao chegar ao TJPE, será escolhido, por sorteio, um relator para o pedido de intervenção entre os 15 desembargadores que compõem a Corte Especial.
Pelo regimento interno do tribunal, o relator pode tentar resolver as ilegalidades apontadas como motivo da intervenção por via administrativa.
Caso não tenha êxito, ou ele considere graves as irregularidades, o relator abrirá prazo de cinco dias para o prefeito Newton Carneiro (PRB) apresentar sua defesa.
Em seguida, o caso será levado a julgamento na Corte Especial.
A intervenção, para ser efetivada, tem que ser aprovada pela maioria dos seus integrantes.
Não há prazo previsto no regimento para o julgamento.
Em 1999, Newton passou por esse mesmo processo e não teve êxito.
A Corte Especial declarou legal um pedido de intervenção contra ele, decretada em seguida pelo então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
O ex-deputado Byron Sarinho, falecido em 2002, foi o interventor.
Com informações de Gilvan Oliveira