Por Isaltino Nascimento Uma delegação composta por representantes das 10 etnias indígenas de Pernambuco estará amanhã, no Recife, para denunciar que são alvos constantes das mais variadas formas de violência.

Com este ato, pretendem chamar a atenção da sociedade e cobrar das autoridades que se comprometam publicamente a empreender ações visando mudar esta realidade.

Será uma manifestação pacífica, mas de grande simbolismo, já que cada etnia se comprometeu a enviar cinco integrantes dispostos a relatar seus dramas e suas vicissitudes no Plenário da Assembléia Legislativa.

Todos terão a palavra franqueada em audiência pública, na qual prometeram comparecer o presidente da Funai, Márcio Meira, e o coordenador nacional do Programa Defensores dos Direitos Humanos, Fernando Matos.

Também foram convidados para o evento, que acontece pela manhã, os secretários estaduais de Defesa Social e Justiça, além de representantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Ministério Público Estadual e Advocacia Geral da União.

No mesmo dia, o grupo será recebido pelo governador Eduardo Campos, no Palácio do Campo das Princesas.

Além de falar sobre as constantes investidas violentas das quais são vítimas, também relatarão sobre seu cotidiano numa sociedade que ainda não aprendeu a respeita-los.

A situação dos índios em Pernambuco não difere da vivenciada por outras comunidades Brasil afora.

Eles sofrem com a falta de políticas públicas eficazes, ou seja, construídas com eles próprios, com ações articuladas e integradas, como seria o ideal.

Também enfrentam problemas como o alcoolismo, a desestruturação da sua economia, além de serem alvos constantes da ganância daqueles que querem explorar e avançar em seus territórios.

O que resulta em conflitos, agressões e mortes.

Um dos casos de violência ainda está por se esclarecer: o assassinato do índio Truká Mozenir Araújo, ocorrido em agosto último, em Cabrobó.

Ele foi alvejado a tiros por um homem que alegou um rixa antiga.

Contudo, Mozenir concorria a uma vaga na Câmara Municipal, com grandes chances de ser eleito.

Como apoiador da causa trabalho cotidianamente para que a identidade indígena seja valorizada e ganhe a visibilidade devida.

Contudo, é preciso somar esforços, atraindo apoios em todas as esferas do poder público e da sociedade.

Pois trabalhando juntos teremos mais chances de nos sobrepormos aos contínuos casos de preconceito e violência.

PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.