Foi um erro mexer na vida privada de Kassab Por José Dirceu, em seu blog Hipócritas de todos os matizes que hoje questionam a candidata do PT, Marta Suplicy, sejam do PSDB, do DEM ou do PPS, sejam da Folha de S.Paulo, não têm nenhuma autoridade política ou ética para tanto.
O jornal, principalmente, está fazendo tudo para transformar um erro do início da corrida pelo 2º turno em centro da campanha nessa nova fase.
São os mesmos que usaram e abusaram da invasão da vida privada e da privacidade.
Cansaram de cantar em prosa e verso que vida privada de político é publica.
Eu mesmo fui vítima disso todos esses anos, Marta é até hoje, e nenhuma das vozes que agora aparecem - inclusive de apoiadores da nossa candidata - teve coragem de vir a público defender o que agora corretamente defendem.
No Brasil em que vivemos, a grande mídia, com a Folha de S.Paulo e as organizações Globo à frente, e tendo como vanguarda a revista VEJA, destruíram tudo que havia de proteção legal e pactuada na sociedade com relação a privacidade dos petistas e daqueles que apóiam Lula. É só ler a imprensa e lá estão todas as provas.
Inclusive jogaram na lata do lixo os direitos de resposta, à privacidade, e à preservação da imagem escritos e consagrados na Constituição.
Escondidos e protegidos pelo sigilo da fonte, divulgaram todas as informações sigilosas que quiseram das CPIs e das investigações e inquéritos.
No meu caso invadiram a vida privada, familiar, pessoal, profissional, afetiva e amorosa.
Aliás, têm feito isso com todos nós, personalidades públicas e com as pessoas que a nós se vinculam.
Não deram a mínima para nenhum dos altos princípios que agora levantam.
Invasão de privacidade é erro que precisa ser corrigido Está correto a campanha focar a vida política do prefeito Gilberto Kassab, candidato à reeleição pelo DEM-PSDB.
Tudo o que tem sido dito nesse aspecto, em termos políticos, está certo e é mais do que necessário ir por aí.
Mas, não há mais nenhuma dúvida de que foi um erro que precisa ser imediatamente corrigido, questionar a vida privada do prefeito, incluir na campanha essa pergunta se ele era casado e se tinha filhos.
Como diz o ditado popular, um erro, por mais desgraçado que seja, não justifica outro.
Portanto, temos que pedir desculpas, refazer a peça de campanha retirando essa parte, e principalmente tocar a campanha.
Não podemos deixar que aqueles que apóiam Kassab e querem nos derrotar em 2010 - a começar pelos fariseus da mídia - transformem, reduzam ou consigam eliminar o debate político necessário nessa campanha. É ruim e um prejuízo para o eleitor e para toda a sociedade deixar que o debate político que a campanha da Marta levantou se transforme num único debate, esse relativo ao erro de invadir indevidamente a vida privada dele.
Não, vamos centrar a campanha no debate político, no que a Marta vem colocando muito bem: quem é Kassab, o que e quem ele representa, qual é o seu passado político, sua história, suas companhias, o que e quem ele já apoiou e liderou.