Por Sérgio Montenegro Filho, de Política/JC Reaglutinar forças é a palavra de ordem dos partidos de oposição no Estado, após o resultado das urnas do último dia 5, que reduziu o poder de fogo do grupo diante dos adversários do bloco governista PT/PSB.
Nem bem iniciaram as avaliações internas, os líderes dos partidos já chegaram à conclusão de que, para 2010, é preciso reagrupar a antiga União por Pernambuco, coligação que lhes garantiu oito anos de poder, sob o comando do então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
O primeiro balanço, porém, deixou evidente para os caciques partidários ao menos uma questão: esse comando oposicionista, a partir de agora, deve ficar nas mãos de dois novos atores: Mendonça Filho (DEM) e Raul Henry (PMDB).
Na avaliação dos articuladores da antiga União por Pernambuco, embora derrotados eleitoralmente, os dois ex-candidatos saíram das urnas no Recife politicamente maiores do que entraram.
Mendonça, por ter conquistado, praticamente sozinho, 25% do eleitorado recifense, sem partidos aliados, com pouco tempo no guia eleitoral e com pouquíssimos cabos eleitorais urbanos.
Sem falar do fato de ter sido proibido pela Justiça Eleitoral de usar, na propaganda política, a imagem de Jarbas, seu maior cabo eleitoral.
Raul, por sua vez, além de contar com 16% dos votos, teria – na análise do grupo – representado bem a imagem de renovação na política, além de se consolidar como herdeiro político de Jarbas, que a partir de agora estará mais empenhado nas articulações nacionais para 2010.
Caberá à dupla, portanto, duas tarefas iniciais.
Na capital, conduzir a oposição ao prefeito eleito João da Costa (PT), e, no interior, assegurar a unidade de uma rede de novos prefeitos – 44 de oposição, ao todo – com vistas à disputa estadual, combatendo, inclusive, a tradicional migração para as trincheiras governistas, uma marca do período pós-eleitoral em Pernambuco.