O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), disse nesta terça-feira (7) que o governo Lula precisa parar de afirmar que a crise financeira mundial não terá efeito sobre o Brasil.

FHC argumenta que o governo deve deixar de brincar de Poliana (personagem infanto-juvenil famosa pelo otimismo exacerbado) e de dizer que está tudo bem.

Na avaliação dele, essa atitude tem como objetivo “anestesiar o povo”, mas isso não dará certo e a população sentirá “no bolso” os efeitos da crise. “Vamos cobrar do governo que deixe de brincar de Poliana”, disse ele, na sede do Diretório Estadual do PSDB, após o anúncio oficial do apoio de seu partido à candidatura de Gilberto Kassab (DEM) para a Prefeitura de São Paulo FHC citou as recentes declarações do diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, de que a crise apenas começou, e o Relatório de Estabilidade Financeira Global, divulgado hoje, que elevou a estimativa das perdas decorrentes desse cenário de US$ 945 bilhões para US$ 1,4 trilhão, para então declarar que o governo tenta enganar a população quando diz que o País está blindado. “Não pode continuar dizendo que está tudo bem quando hoje mesmo o diretor-geral do FMI dá uma declaração dizendo que a crise apenas começou.

Não é possível manter uma atitude de alheamento só, com o propósito de quê?

De anestesiar o povo?

Nós vamos cobrar uma atitude de responsabilidade e não vamos nos furtar a respaldar o que for necessário para o Brasil”, acrescentou.

FHC recusou a tese de que a economia brasileira está blindada contra a crise financeira. “Essas declarações de que estamos blindados são retóricas, né?

Tomara fosse, não há ninguém blindado no mundo mais.

Há uma interconexão imensa, de modo que isso é uma declaração para fins de enganar a população”.

O ex-presidente cobrou mais transparência do governo federal a respeito das medidas que serão tomadas para combater a crise financeira.

Na avaliação dele, o PSDB precisa debater essas propostas para saber se serão, de fato, as mais eficazes para atingir os objetivos do governo e do Banco Central (BC).

Da Agência Estado