Os resultados da votação do TRE mostram que muitos candidatos com vários mandatos dançaram nesta eleição municipal. É o caso do vereador Liberato Costa Júnior, do PMDB, que não tinha mais o que fazer na Câmara muncipal, se se considerar que o papel do vereador é de fiscal do poder Executivo.

O episódio da CPI da Finatec pode ter sido a gota dágua.

Na oportunidade, no lugar de defender uma investigação, gabou-se de ser amigo do prefeito.

Terá sido já ali receio de não reeleger-se?

Mais recentemente, quando eclodiu o escândalo das notas frias no uso das verbas de gabinete, Liberato teve o desplante de justificar sua posição dizendo que jornalistas de renome que ele conheceu no passado estavam de bolsos vazios, enquanto ele continuava no poder.

Ainda teve 6,9 mil votos.

Na lista de nomes que também dançaram, nomes ilustres como Henrique Leite, Luis Helvácio e Mozart Sales.

Dos nomes que chegam, há alguns eleitos com a força da máquina estatal, como Múcio Magalhães, ex-secretário de governo de João Paulo, que pediu votos publicamente para o ex-assessor.

Luciano Siqueira, o segundo mais votado, também representa em certo sentido o voto da máquina, na condição de ex-vice-prefeito do Recife, candidato natural do PC do B à eleição que retirou sua candidatura para atender às pressões hegemônicas do PT.

A novata Marília Arraes, com o nono lugar na disputa geral proporcional, também poderia reinvindicar uma vitória pessoal, mas sabe-se que o próprio governador Eduardo Campos, seu primo, empenhou-se pessoalmente em sua eleição.

Assim, mesmo havendo uma renovação de cerca de 40% dos quadros, não há nenhuma garantia de mudança.

Mudam os nomes, mas será que mudam as práticas?

Bom para João da Costa, que poderá nadar de braçada, no terceiro mandato de João Paulo.

Confira a lista dos 37 vereadores eleitos