O repórter Fernando Castilho, que assina a Coluna JC Negócio, estava nos Estados Unidos a convite do Recife Convention, quando estourou a crise fiananceira que engoliu um série de bancos de grande e médio porte.

Ele descreve para o Blog como os correntistas americanos reagem quando um banco grande compra um banco regional.

Seu relato: Na estrada que liga o Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago (Illinois), ao centro da cidade, um conjunto de faixas plásticas anuncia um novo escritório do Bank of América e esconde a placa do edifício que já foi sede a Merrill Lynch comprada há duas semanas por US$ 44 bilhões.

Não é um caso único.

Como aconteceu com o Bear e o Lehman Brothers, nos Estados Unidos, não levou 24 horas para que um dos maiores bancos de investimento do mundo, conhecido pelas suas análises de risco simplesmente desaparecesse do mundo econômico internacional.

Sua aquisição foi concluída em apenas um fim de semana de modo a produzir efeitos positivos nas bolsas asiáticas que, pelo fuso horário, operam no começo da noite americana.

Esta semana, os americanos acordaram sabendo que pelos menos um outro icone bancário do sistema financeiro americano, o Waschovia, quarto maior instituição norte-americana e cuja rede de agências é quase igual a rede de farmácias CVS ou Walgreens, também, poderá ter afixada nas suas agencias uma faixa de plástico com o nome do novo do dono.

Como nas semanas em que os vietcongues sitiavam a embaixada americana, em Saigon, e as rede de TVs tiveram que informar aos americanos que tinham perdido a guerra do Vietinam, este ano as rede de TVs agora estão revelando aos telespetadores que a crise do sistema financeiro do país é muito maior que aquela crise do Subprime (que imaginavam estar restrita a compra irresponsáveis feitas por alguns milhares de americanos negros pobres ou hispânicos) é muito maior e vai interferir diretamente na suas vidas de classe média.

No país de maior competitividade financeira do mundo o fato de um banco comprar outro é algo tão corriqueiro como um nova frase de efeito do presidente Lula num final de semana.

Mas o fato novo desta crise é que ela está obrigando ao tesouro americano e botar dinheiro do contribuinte numa proporção colossal que é capaz de tragar marcas líderes de setor entre o happy hour da sexta-feira e o café da manha da segunda-feira.

Isso é muito complicado para o americano médio entender.

Porque quando ele escolhe um banco, ele passa a ser tão importante na sua vida domestica como a posse de um cartão de crédito.

E milhares deles simplesmente não aceitam que alguém escolha o seu banco.

Para os empregados dessas instituições isso quer dizer a perspectiva de milhares de carreiras irem para o espaço.

E por circunstâncias alheias a seu esforço de ganhar dinheiro.

Tanto para os que estão no topo quanto para os que estão na base da pirâmide isso quer dizer que seu emprego estão sendo riscados no organograma da empresa.

A força da crise da economia americana a cada dia faz o cidadão americano odiar os Bush.

Caroline Collins, uma típica dona de casa de Chicago esbravejava diante da anuncio da reunião de George W.

Bush num restaurante de Chicago na última quarta-feira: Ele nos colocou nisso.

Ele nos levou para esse buraco.

Ele fez essa guerra imbecil.

Ele viabilizou o sub prime.

A perspectiva de que instituições como o Waschovia serem compradas no próximo final de semana por mega-bancos é a parte visível da crise que já cortou milhões empregos em cidades turísticas como Miami, Atlanta, Tampa, Orlando assim nas principais cidades do Norte a milhares de quilômetros de Wall Street.

E nelas a questão decisiva passou a saber se Barack Obama ou John McCain poderá realmente lhe tirar do buraco.

Sim, tem a Câmara dos Deputados dominada pelos Democratas que rejeitou a idéia do cheque em branco que George W.

Bush pediu com o seu plano de US$ 700 bilhões - que tinha apenas três páginas - e virou um Manual de Conduta dos sistema financeiro americano e que deve analisa-lo amanha.

O projeto que poderá sair do Congresso vai gerar toneladas de procedimentos e normas para que a ajuda do contribuinte americano pague uma conta que, até o final do verão americano, simplesmente não fazia parte do temas em debates da campanha para a escolha do próximo presidente.

Tempo em que o fato novo era a performance da vice de McCaine Sarah Palin, conhecida pelo seus duros discursos e casaquetos de cola careca que rapidamente viraram moda entre as executivas de Wall Street.