Por Edilson Silva A coalizão conservadora liderada pelo PT em Recife entrou nas eleições municipais preparada com seu mantra para combater apenas a velha direita.
Acostumados a ter uma pseudo-oposição pela esquerda, sem consistência, nestas eleições estão tendo que enfrentar uma oposição de verdade, a do PSOL.
A atuação de nossa candidatura nestas eleições tem impactado a opinião pública e vem ganhando muita respeitabilidade junto à sociedade.
Sem conseguir responder aos questionamentos vindos da esquerda e da oposição autênticas da cidade, restou à candidatura do PT tentar construir uma falsa polarização ideológica com o DEM.
Buscam com isso dois objetivos: a) estabelecer no imaginário do eleitor que só existem duas opções de voto, o passado como era ou o presente como está; e b) impor o maniqueísmo de que quem não está com o presente, ou seja, amarrado com o PT, está necessariamente com o passado, ou seja, aliado com o DEM.
Entre todas as candidaturas colocadas, a única que não se submeteu a esta falsa polarização foi a do PSOL.
Não queremos nem o passado como era e nem o presente como está.
O PSOL atua por um presente e um futuro melhores.
No único debate de TV até agora, fomos os únicos a conseguir levar o candidato da prefeitura a nocaute, pois a velha direita não tem a mínima moral para fazer oposição à atual gestão.
Em faixa própria, apoiamos as denúncias contra o uso da máquina pública pelo candidato da prefeitura e fomos os primeiros a ter a coragem de expor o conteúdo da investigação que cassaria a candidatura de João da Costa, rompendo o estranho silêncio que cercava aquele processo, obrigando inclusive o DEM e o PMDB a vir de reboque.
Desta forma, evitamos inclusive que a bandeira da ética na política, tão cara para a esquerda autêntica, fosse parar nas mãos da velha direita.
Esta bandeira continua firme em mãos realmente limpas.
Diante de nossa firmeza em manter uma postura de oposição pela esquerda, a candidatura da prefeitura estabeleceu a tática de tentar nos desqualificar politicamente, espalhando que estamos aliados ao DEM, e tentando também nos desmoralizar, espalhando boatos caluniosos e apócrifos contra a nossa candidatura, dizendo até que temos “ficha suja na polícia”.
Neste esforço em vão para desmontar nossa artilharia, a candidatura oficial ganhou o reforço até do PSTU, que caiu, ou quis cair na armadilha petista, colocando seu guia eleitoral a serviço da prefeitura, afirmando que o PSOL está a serviço da direita.
Por absoluta incapacidade de raciocínio político, ou demasiado esquizofrenismo eleitoreiro, duas características bastante fortes no PSTU, este partido e sua candidatura passaram um recibo público avalizando a tática maniqueísta da candidatura oficial e carimbando a coalizão conservadora de João da Costa como sendo de esquerda, mas apenas “com métodos de direita”.
Manteremos fidelidade aos nossos princípios e firmes na oposição.
Quem quiser juntar-se ao PT ou ao DEM que o faça.
Continuaremos apresentando nosso programa de governo, buscando fazer uma revolução democrática na gestão pública, priorizando as demandas das populações da periferia e colocando o tema do meio ambiente na agenda da cidade.
Portanto, a falsa esquerda articulada pela candidatura da prefeitura, que tem literalmente em seu palanque José Múcio, Armando Monteiro Neto e representantes de Inocêncio Oliveira, pode ficar certa de que não terão vida fácil conosco.
Estamos preparados para governar para o povo, mas estamos também dispostos e preparados para fiscalizar com o povo, com muita dignidade e coragem, a partir da oposição.
PS:Presidente do PSOL/PE e candidato à prefeitura do Recife