Após três dias de braços cruzados, os metalúrgicos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) conseguiram chegar a um acordo com os patrões.

A demissão dos 48 trabalhadores que, na opinião da empresa, estavam à frente do movimento, não foi revogada.

Contudo, o acerto garantiu-lhes um desligamento comum e não por justa causa.

Além das verbas rescisórias, como aviso prévio e 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), eles vão receber uma bonificação equivalente a um salário.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal) realizou hoje (25), às 7h, Assembléia Geral para avaliar com os trabalhadores a proposta de acordo feita, ontem à noite (24), mediada pelo procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco, Aloísio Aldo da Silva Júnior.

Foram mais de dez horas de negociação na terça-feira e pelo menos mais cinco horas ontem (24).

O acordo foi assinado por volta das 20h na Procuradoria Regional do Trabalho, no bairro do Espinheiro.

Na proposta, o estaleiro comprometeu-se a pagar um curso profissionalizante de até R$ 500 para cada funcionário demitido. ‘Vamos monitorar o comparecimento dos trabalhadores aos cursos e depois o próprio Ministério Público do Trabalho vai se esforçar para reencaminhar essas pessoas ao mercado de trabalho’, afirmou o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco, Aloísio Aldo da Silva Júnior.

Outro avanço foi a suspensão das demissões por um prazo de 90 dias.

Novos desligamentos, se houver, só em situações especiais e com a mediação do Sindmetal e do Ministério Público do Trabalho.

O Atlântico Sul também aceitou não descontar os dias parados, que devem ser compensados no futuro.

O procurador-chefe do MPT-PE afirmou que a greve foi “ilegal e abusiva”, e creditou a culpa ao ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Moacir Silveira.

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