Por Felipe Lima Especial para o Blog Greve high tech.
Não há melhor forma de definir o movimento deflagrado pelos soldadores e montadores do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) nesta semana.
Como comprar celular hoje em dia é tão fácil que tem até quem pague para você ter um, os trabalahdores usaram e abusaram da ferramente para registrar cada momento da greve.
Confrontos com a polícia, discursos de Paulo Haddad, reunião na Procuradoria Regional do Trabalho.
Tudo devidamente registrado pelos pixels das mini-câmeras dos telefones móveis.
Durante esses três dias, foi só chegar perto dos trabalhadores que alguém já me interpelava: “teu celular tem bluetooth?” E tome a descarregar vídeos e mais vídeos e uma série de áudios.
Sem falar na sensibilidade cinematográfica de alguns.
Na segunda-feira, primeiro e mais acirrado dos dias, na hora em que um policial mencionou puxar uma arma, o zoom do celular do soldador-cinegrafista foi prontamente acionado.
As filmagens também tinham um toque “Bruxa de Blair”: câmera tremida para dar mais tensão à cena.
Talvez a cena pernambucana esteja perdendo ótimos documentaristas.
Ou quem sabe eles estão preparando uma mega-produção sobre o Estaleiro Atlântico Sul.