Na entrevista coletiva realizada nesta tarde (veja fotos), os advogados do PMDB e DEM afirmaram que divulgaram a documentação dos laudos da PF para reestabelecer a verdade. “O foco da questão estava sendo desviado.
No lugar de se tratar da questão da utilização ou não da máquina pública, passaram a tentar dar destaque a suspeita de vazamento de informação.
Não houve vazamento algum.
Tivemos acesso aos autos de forma legítima.
Dois partidos políticos pediram para ter acesso aos autos do processo”, informou Sílvio Pessoa Júnior.
Eles tiveram acesso aos autos desde o dia 10 de setembro. “A desembargadora Margarida Cantarelli afastou o caráter sigiloso do processo”, completou Ramiro Becker, do DEM. “O juiz é independente.
Vai proferir sua sentença de forma séria e proba” Os dois disseram ainda que estavam aguardando a decisão do juiz - que deve ser antecipada, segundo cogitou o próprio magistrado neste domingo - quando tiveram que prestar os esclarecimentos depois que começou-se a falar em vazamento de informações no caso de investigação judicial.
Mesmo depois de chamar a atenção para os pontos dos laudos da PF que mostram uso da máquina, o advogado do PMDB disse que não gostaria de fazer juízo de valor. “Não estamos aqui para fazer juízo de valor.
Cabe ao magistrado tirar as conclusões.
Isto vai ficar a critério exclusivo do juiz, que é uma pessoa proba e integra, além de sereno”, afirmou. “É com base nestas provas técnicas que ele fará o seu convencimento”, disse. “Vocês vão ter a noção e fazer o julgamento de vocês”, provocou a imprensa.
Na mesma coletiva, Sílvio Pessoa revelou que só teve acesso aos autos porque o DEM franqueou cópias, uma vez que, quando recebeu a mesma liminar do TRE, o juiz Nilson Nery já havia carregado o processo para analisar e fazer seu voto, na quarta-feira da semana passada. “O processo não estava mais no cartório”.
Wilfred Gadelha, do JC, perguntou então se o PSOL também teve acesso aos autos pelas mãos dos democratas.
O advogado Ramiro Beceker deu uma resposta meio enviezada, que não esclarece nem desmente uma suposta ajuda ao PSOL. “Quem procurou teve a cópia entregue”, afirmou, repetindo sempre que não houve quebra de sigilo, não houve prática ilícita.
Ramiro também foi questionado especificamente pelo Blog se a divulgação não poderia ser interpretada como carga sobre o juiz e disse que não estavam fazendo crítica alguma ao juiz, mas apenas esclarecendo fatos. “A avaliação cabe ao juiz”.
Nos bastidores do caso, sabe-se que, pela manhã, o magistrado da primeira instância pediu ao advogado que não divulgasse os documentos.
Depois da divulgação dos documentos, o magistrado deu entrevista aos jornais de papel informando que os documentos não poderiam ser publicados, sob pena de responsabilização, numa iniciativa que teria desagradado a desembargadora Magarida Cantarelli, que teria lhe telefonado.
Não se conhece o teor da conversa.
Veja a íntegra dos laudos da PF aqui, a partir da página 5 do PDF