O delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz afirmou hoje em um ato contra a corrupção em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que a prisão do delegado Romero Menezes, o segundo da hierarquia da corporação, “é uma inversão do foco da discussão necessária à sociedade brasileira”. “Está se discutindo a maneira de agir da polícia e deixando de ver o grande crime social que é a corrupção existente no País”, afirmou.

O delegado disse ainda que não pode falar sobre as acusações contra Menezes, pois as investigações são secretas. “O que posso afirmar concretamente é que o Eike Batista é associado ao Daniel Dantas”, disse ele, em referência ao empresário dono da EBX - holding brasileira que atua nos ramos de mineração, logística, energia, petróleo e gás - e ao banqueiro sócio-fundador do Banco Opportunity.

Ambos foram alvo de operações da PF.

Eike Batista foi investigado pela Toque de Midas, deflagrada para desbaratar suposta fraude em licitação para beneficiar a empresa MMX Logística, subsidiária da EBX.

Já Dantas chegou a ser preso na Operação Satiagraha, conduzida por Protógenes, contra um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro O delegado disse ainda que as críticas da maneira de agir da polícia, feitas na súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o uso de algemas já começou a mostrar resultados.

Durante a palestra para cerca de 50 pessoas presentes ao ato, o delegado da PF enfatizou a necessidade de uma campanha contra a corrupção e lembrou que sua carreira foi marcada por investigar e prender políticos corruptos. “Prendi o presidente da Câmara, o Melão (Armando Melão, ex-presidente da Câmara de São Paulo), o Prefeito Pitta (Celso Pitta, ex-prefeito da capital paulista) e o ex-governador Maluf (Paulo Maluf, ex-governador paulista).

Todas as instâncias da política estavam presentes nas minhas investigações contra a corrupção.

Da Agência Estado