O diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Roberto Troncon Filho, que assumiu interinamente a diretoria-executiva do órgão, após a prisão do delegado Romero Menezes, disse hoje (16) que o fato não compromete a imagem pública da instituição.
No entender dele, ao contrário, a prisão do segundo homem da hierarquia, apesar de não ser uma situação corriqueira, reforça a confiabilidade da PF . “Me aponte uma instituição brasileira que atue com mais rigor e imparcialidade do que a PF”, questionou Troncon. “A PF tem dado provas de que, não importa quem, nem quão doloroso seja, mas o trabalho é sempre feito na regra do jogo”, acrescentou.
Troncon destacou que, uma vez recebido, o mandado judicial foi cumprido com rigor técnico.
O próprio diretor-geral da PF, Luiz Fernado Côrrea, foi quem efetuou a prisão de Menezes, por volta das 10 horas da manhã.
Os crimes atribuídos ao diretor executivo afastado, a partir de investigações realizadas em conjunto pela PF e o Ministério Público Federal (MPF) no Amapá, são de advocacia administrativa (uso pelo servidor de sua condição para obter vantagens em proveito próprio ou de terceiros), formação de quadrilha e tráfico de influência em favor de funcionários do grupo EBX, de propriedade do empresário Eike Batista.
A prisão de Romero Menezes tem caráter temporário, com duração de cinco dias, e foi decretada porque a permanência dele no cargo poderia resultar em prejuízos às investigações. “É uma forma prevista no ordenamento jurídico para garantir a coleta das provas”, explicou Troncon.
Ao fim do prazo, a prisão é relaxada, mas diante de um novo pedido do Ministério Público ela pode se transformar em preventiva, por decisão do juiz.
Outros dois mandados de prisão e sete de busca e apreensão relacionados à mesma investigação foram cumpridos hoje.
Segundo Troncon, houve “acompanhamento do Ministério Público e a manutenção do sigilo necessário à medida”.
Da Agência Brasil