Caro Jamildo.

Diante de tantos relatos de médicos da rede pública de saúde, gostaria que você publicasse este breve comentário de um filho de um casal de médicos da rede pública de saúde.

Breve História de vida… 1)Meu pai é Traumatologista do HR, mais precisamente plantonista, bem como exerce a mesma função no setor de ambulatório no hospital Otávio de Freitas.

Minha mãe é pediatra do hospital Barão de Lucena, setor ambulatorial, bem como labora em um posto de saúde para a Prefeitura do Recife.

Vale ressaltar que ambos ingressaram através de concurso público; 2)Hoje tenho 24 anos e sou advogado, cresci escutando meus pais criticando todo o governo que entra e sai, independentemente de partido ou nome político, cresci escutando a briga da classe médica por melhores condições de trabalho e melhores gratificações salariais. 3)Foram lamentáveis as histórias que cresci ouvindo, as escolhas que meu pai foi obrigado a fazer durante os plantões, escolhas estas que se trata de vidas e não de discricionariedade dos médicos; 4)Um dia precisei de um atendimento médico do meu pai no HR.

Nada demais se eu contasse esse fato para um amigo meu que mora na Espanha, UM FILHO QUE SERÁ ATENDIDO PELO PAI EM UM HOSPITAL DA REDE PÚBLICA.

Mas a questão não era tão simples assim, passei mais de 2 horas com o ombro luxado, pois meu pai estava em uma cirurgia e não havia outro traumatologista no HR, além das péssimas condições de saneamento do local.

Sinceramente, não sei como os médicos conseguem trabalhar, pois não há equipamentos, milhares de doentes no chão pedindo socorro, DEUS ME LIVRE RETONARNAR NOVAMENTE NO HR. 5)Estranho isso, o filho não querer ser atendido no local de trabalho do pai, mas esta é a realidade do sistema público de saúde de Pernambuco. 5)Resumo da história: Diante das tantas decepções dos meus pais, bem como de tantas histórias contadas durante a minha vida escolar, o sonho de virar um médico virou um pesadelo.

Resolvi trocar o DR.

MÉDICO por DR.ADVOGADO.