À Estudantes e suas entidades representativas, Recife, 11 de setembro de 2008 ‘Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.’ Manuel Bandeira A Saúde Pública de nosso Estado encontra-se, há muito tempo, em situação de caos, acarretando o sofrimento da população, contrariando o artigo 196 da constituição ‘A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação’.

Na perspectiva de sanar essa situação, foi assinado um Termo de Compromisso em agosto de 2007 entre o Governo do Estado de Pernambuco e as Entidades Médicas, onde o primeiro se comprometia a atender 12 pontos básicos, como o cumprimento orçamentário constitucional de que sejam destinados os 12% do recolhido à Saúde, a reativação dos leitos inativos dos três grandes Hospitais do Estado (Restauração, Getúlio Vargas e Otávio de Freitas) e pleno funcionamento dos hospitais regionais, reajuste salarial e respeito ao movimento. É mais que perceptível que não foram cumpridos.

O que sustenta a calamidade e, por conseqüência, as incansáveis reivindicações.

O movimento médico vem sofrendo tentativas de descredibilidade e, pior, sendo criminalizado, negando o que foi conquistado em termos de direitos Trabalhistas e Civis até hoje.

Até onde se pode suportar e concordar com o trabalho em condições indignas (e a proibição dele sair, gerando alusão ao regime escravista), assim como o Direito de protestar e a Liberdade de expressão?

Sair em favor de tratamento humano àqueles que necessitam de assistência médica e aos trabalhadores médicos vem sendo mostrado à população como pedidos inviáveis e intransigentes.

Não é nada extraordinário, é algo que pode e deve ser efetivado.

E o que temos a ver com isso?

Quando colocamos o pé fora de casa (quem a tem!) e até quando nela estamos, nos cerca uma situação insatisfatória.

Mas nas atividades de cada dia caímos na rotina de não acreditar que estamos completamente envolvidos com cada um desses problemas.

Saindo dos portões do que seria a restrita academia, vamos direto a uma situação de luta concreta, com as armas que temos: o diálogo, a disposição, e a vontade de mudar.

De verdade.

Assinam, Estudantes de Direito, Pedagogia e Publicidade da UNICAP