Jamildo, em relação à carta do médico Thiago Saraiva, a Secretaria Estadual de Saúde gostaria de esclarecer alguns pontos.

Antes de tudo, é preciso deixar bastante claro que, em nenhum momento, avaliamos como boa a atual situação da saúde pública em nosso Estado.

Em todos os estados do Brasil, o SUS funciona com sobrecarga.

Os problemas são estruturais e profundos, que se avolumaram desde a criação do sistema, há quase 20 anos.

Antes de 1990, apenas os poucos cidadãos segurados pela previdência social tinham direto a alguma assistência médica.

Em uma “canetada” – a mais bela em nossa história recente -, um País de terceiro mundo assumiu o compromisso de cuidar de milhões de brasileiros que jamais haviam se quer tido acesso a uma consulta na vida.

A demanda por serviços se agigantou, enquanto a rede de hospitais se manteve praticamente a mesma; a medicina encareceu seus custos, a população cresceu, envelheceu e os investimentos no SUS não acompanharam esse ritmo acelerado.

Nesse contexto, o Hospital Agamenon Magalhães se encaixa perfeitamente.

Hoje, a unidade herdada do Governo Federal está superlotada de pacientes cardíacos, diabéticos e hipertensos.

Está pior que no final de 2006, ou nos oito anos anteriores?

Podemos nos ater aos fatos.

O HAM hoje é o primeiro hospital da rede com um sistema de classificação de risco, que tria melhor os pacientes e dá maior resolutividade à emergência.

Até o primeiro semestre de 2007, 19 leitos da clínica médica estavam desativados.

O setor foi reformado, ganhou banheiros individualizados por enfermaria e voltou a ter a capacidade de 31 vagas de internamento.

Em dezembro, o hospital, com um investimento de R$ 1,6 milhão, ganhou um laboratório de hemodinâmica digital, o que diminuiu o tempo de internamento dentro da emergência.

Para comportar mais pacientes, já está pronto o projeto de engenharia que duplicará o setor de urgência cardiológica.

Mas há muito ainda por se fazer.

Foi para mudar que o governo Eduardo Campos recebeu o crédito popular.

Neste momento de crise, tudo o que havia para se fazer com o objetivo de reduzir os transtornos à população foi feito.

Se era para contratar, o governo autorizou a contratação; se precisava de médicos de fora, o governador buscou a ajuda das Forças Armadas; se a saúde necessitava de maiores investimentos, Pernambuco atingiu e ultrapassou, pela primeira vez, os 12% de gastos do orçamento com o setor.

Para garantir a contratação de serviços na rede particular em um menor tempo, foi decretado estado de emergência.

O governador tem se posicionado decisivamente, sem medir esforços para resolver o impasse e, por outro lado, garantir o atendimento aos pacientes.

As ações valem mais que as palavras.

Na questão pontual da negociação salarial, o Estado foi ao seu limite, apresentando duas propostas, as duas rejeitadas.

A última, de 61% no salário-base até 2010, traria um ganho de 98% para a categoria médica até o final da gestão.

Mesma coisa que o governo anterior precisou de 8 anos para fazer.

Diante desse momento de crise, em nenhuma ocasião o Governo deixou de transmitir as dificuldades no atendimento.

O abandono dos plantões tem gerado transtorno.

Porém, conforme estamos registrando, as presenças vêm superando em muito o número de faltosos, para o benefício exclusivo da população.

Com o compromisso dos que permanecem em seus postos de trabalho e o reforço dos profissionais da PM e Forças Armadas, a Secretaria está mantendo os atendimentos de real gravidade e encaminhando os casos simples às policlínicas.

Temos visto, com maior freqüência, o carregamento das tintas ou comunicação do terror por parte de alguns, o que não deixa de ser uma máscara.

E, neste momento, ela não ajuda em nada.

Mas, a saúde não está sendo vista como um problema restrito à negociação salarial.

Se a questão fosse atender a reivindicação do Simepe e se ver livre do problema, talvez fosse mais fácil – como muitas vezes foi feito na saúde, ao longo dos anos.

Mas o Estado não está se furtando do seu papel de gestor.

Por isso, vai melhorar a gestão dos hospitais, valorizar os profissionais que mais se dedicam aos pacientes, construir unidades de pronto-atendimento para desafogar as emergências.

Se há uma coisa na qual todos os envolvidos nesse processo concordam é que precisamos reestruturar o SUS.

E o Governo do Estado conta com o apoio de todas as partes que compõem o sistema para dar à população uma assistência cobrada há anos.

OBS: O filme Sicko - $O$ Saúde, citado pelo médico, é uma ótima indicação.

Faz-nos refletir sobre a importância de um sistema público de saúde – conquista que um país como os EUA está longe de ter.

Assina a Superintendência de Comunicação Da Secretaria Estadual de Saúde