O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Paulo de Argollo Mendes, rebateu nesta quinta-feira (11) as acusações do Governo de Pernambuco, que, através de nota oficial, classificou como ofensivas e “de baixo nível” as declarações da Fenam sobre a situação precária em que os médicos da rede pública trabalham, as más condições de atendimento à população e as providências que a entidade irá tomar contra a crise sem precedentes que se instalou na saúde daquele Estado.
Paulo Argollo reafirmou tudo o que disse na última quarta-feira (10), em entrevista coletiva realizada na sede do Sindicato dos Médicos, e confirmou que a Federação irá mesmo denunciar o governo a organismos internacionais por tentativa de trabalho escravo.
Ele também fez questão de esclarecer que esse posicionamento não é só da diretoria da Fenam, mas de toda a classe médica brasileira.
Argollo lamentou ainda que na nota, assinada pelo secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão, o governo tenha considerado que o posicionamento da Fenam “em nada contribui para a solução de uma crise” que, segundo o executivo, “só se arrasta por causa de alguns setores médicos que não querem cumprir a sentença judicial que os obriga a retornar ao trabalho”. “Tudo o que foi declarado por mim na coletiva no Recife é a posição da Fenam e de toda a categoria, e reafirmo, em nome da Federação e dos médicos que a entidade representa, que o governador Eduardo Campos deveria ser responsabilizado criminalmente pelo que vem ocorrendo em Pernambuco, pois nunca vi, em nenhum lugar, uma situação tão grave e caótica e um despreparo tamanho para lidar com as questões da saúde", disse. “O que vejo é que o governo está rasgando a Carta Magna do País, por isso vamos internacionalizar essa situação, sim, denunciando o executivo à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Essa é a posição da Fenam e de todos os médicos brasileiros”, enfatizou Paulo Argollo.
Quanto à expressão usada pelo governo, afirmando que o Simepe “recorreu à importação do Dr.
Paulo Argollo para ofender o governador”, o presidente da Fenam lembra que a Federação é uma entidade nacional, representante dos 330 mil médicos em atividade no país, e, portanto, estará presente em todas as lutas da categoria, onde quer que elas aconteçam, e fará o que for necessário para que o tipo de tratamento que o executivo estadual dispensa aos médicos pernambucanos e à população seja banido da saúde no Brasil.
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