Os movimentos que compõe o 14º Grito dos Excluídos e das excluídas manifestam seu repúdio as ações arbitrárias cometidas pela policia militar de Pernambuco no dia 7 de setembro, durante a saída dos manifestantes do grito na Praça Osvaldo Cruz com atos de violência, repressão e truculência.

O 14º Grito dos/as excluídos e excluídas, que em 2008 trouxe como lema “Vida em primeiro lugar: direitos e participação popular”, expressa a vontade do povo brasileiro por uma verdadeira independência, com justiça social e acesso aos direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal e Estadual.

No entanto, o Governo de Pernambuco que se intitula “socialista e popular”, repete as práticas de governos autoritários e neoliberais, que querem silenciar o grito dos movimentos sociais.

A desnecessária presença da Policia Militar/batalhão de choque armada ostensivamente, atentou contra a democracia ao proibir a livre circulação das pessoas, descumprindo o direito constitucional de ir e vir durante uma manifestação pacífica, na qual crianças e adolescentes, mulheres, homens e idosos reivindicavam no Grito por justiça social, saúde, educação e participação popular.

Sob ordens expressas do Comando Militar de Pernambuco, fomos empurrados, ameaçados, agredidos, espancados e literalmente sitiados na Praça Osvaldo Cruz, fato nunca ocorrido ao longo dos 13 anos do Grito.

A PM-PE impediu a saída do Grito com um ônibus e dois camburões trancando o acesso pela Av.

Conde da Boa Vista e com seis viaturas e uma centena de soldados no sentido da rua Fernandes Vieira.

Porém, para prevalecer o direito de liberdade e de livre expressão os militantes sociais enfrentaram a Policia militar, furando o bloqueio, ocupando assim, a Av.

Conde da Boa Vista, fazendo ecoar o nosso 14º grito na capital pernambucana.

Lamentamos que o fato tenha ocorrido na gestão do Governo Eduardo Campos, o qual ajudamos a eleger.

Os movimentos sociais são essenciais à manutenção da democracia e da construção dos direitos sociais, por isso, nos assusta o cenário nacional de criminalização dos mesmos, que foi reproduzido em nosso estado durante o 14º grito.

Observamos também, que a forma antidemocrática, como o governo encaminhou recentemente o projeto que cria fundações estatais de direito privado excluindo totalmente a participação da sociedade civil organizada, reforça o sentimento de criminalização dos movimentos sociais.

Exigimos do governo de Pernambuco: • A participação popular e os compromissos assumidos em campanha; • A reparação pelos danos morais e materiais, provocados pela PM-PE no 14º grito dos Excluídos e Excluídas; • Apuração dos fatos e punição dos Policiais Militares envolvidos no conflito.Assinam a Nota de Repúdio ao Governo de Pernambuco: Assinam a Nota de Repúdio ao Governo de Pernambuco: Coordenação do 14º Grito do dos/as Excluídos/as; Fórum Dom Hélder Câmara; Central Única dos Trabalhadores (CUT); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC) Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s); Cáritas NE II; Turma do FLAU; Rede de Educação Cidadã (RECID); Fórum de Reforma Urbana; Fórum de Mulheres de Pernambuco; Fórum Pela Ética na Política; Comissão Pastoral da Terra (CPT); Coletivo Disparada; Movimentos Estudantis; Conferência das Religiosas e Religiosas do Brasil (CRB); Igreja Anglicana do Cone Sul da América; Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua; Sindicatos das Trabalhadoras Domésticas; Conselho de Leigos de Olinda e Recife; Grupo Pé no Chão; Grupo Mulher Maravilha; Sindicato dos Médicos de Pernambuco; Conselho Estadual de Saúde; Associação de Defesa dos Usuários do Sistema de Saúde;