Nota da Associação Pernambucana dos Médicos Residentes Os médicos residentes do Estado de Pernambuco realização uma assembléia geral na próxima quinta feira, no auditório do Sindicato dos Médicos, às 18h30min, para decidir o que farão após a demissão em massa dos médicos e as péssimas condições de trabalho e ensino as quais estão submetidos.
Dentre os inúmeros problemas levantados, citamos os seguintes: Demissão dos preceptores da Residência Médica de vários Hospitais de Pernambuco, comprometendo a continuidade dos programas de Residência Médica assumido pela Secretaria de Saúde com os médicos residentes; saliente-se que os médicos residentes não podem, por lei, prestar serviço sem a orientação dos preceptores especializados; Superlotação das salas de recuperação que se transformaram em verdadeiras enfermarias, sem qualquer condição de higiene e cuidados, com homens e mulheres dentro dos blocos cirúrgicos, ameaçando a assepsia das cirurgias e sobrecarregando os médicos residentes com a evolução destes pacientes;uma situação que se arrasta há muitos meses sem que nenhuma providência efetiva seja tomada, com piora nas últimas semanas; Superlotação das emergências, com pacientes em corredores, passando a noite em cadeiras e até mesmo no chão, ameaçando o tratamento destes pacientes e as condições de trabalho dos médicos; Suspensão freqüente de cirurgias eletivas prejudicando a população e comprometendo o conteúdo de ensino da Residência Médica; Imensa fila de espera para cirurgias eletivas, inclusive de pacientes com câncer e insuficiência renal; vários entrando em hemodiálise em virtude da demora para serem operados; apresentando deficiências físicas irreversíveis pela demora em realizar cirurgias; Falta de materiais cirúrgicos, principalmente os descartáveis, que muitas vezes são trazidos pelos próprios médicos das clínicas particulares, caso contrário não se realizariam as cirurgias; Falta de meio de esterilização adequado para materiais de cirurgias laparoscópicas e endoscópicas; Falta de aparelhos imprescindíveis para realização de cirurgias laparoscópicas e endourológicas, bem como sucateamento dos materiais existentes devido a não manutenção e reposição dos mesmos; Falta de estrutura para adequada assistência médica nas enfermarias de Clínica Médica, como respiradores obsoletos, que na maioria das vezes não funcionam; Os médicos residentes decidirão sobre possível paralisação geral e atos públicos para denunciar a situação vivida nos serviços de saúde de Pernambuco e impossibilidade de continuidade dos programas de residência médica. NÃO está entre as reivindicações dos residentes a melhoria da bolsa, que hoje é de cerca de 1.600 reais líquidos para um trabalho que às vezes chega a 80h SEMANAIS, e não abriremos mão de denunciar o verdadeiro caos dos hospitais, agravado agora com a demissão em massa dos médicos.
ASSOCIAÇÃO PERNAMBUCANA DOS MÈDICOS RESIDENTES