Caso tivesse passado mal no sábado, durante a inauguração da fábrica de aerogeradores da Impsa, em Suape, o governador Eduardo Campos poderia ter sido atendido por um dos médicos demissionários do Estado.

Na equipe de três profissionais contratados para dar cobertura ao evento, um deles, Akel Araújo, de 29 anos, cinco deles no Estado, formado em Alagoas, já pediu desligamento oficial do Estado, abandonando por estes dias a área de cirurgia do HGV.

Ele conversou com o Blog de Jamildo e criticou tanto o governo Estadual como Lula. “O presidente foi infeliz (quando criticou os médicos em Petrolina).

Ele está mal informado”, frisou. “O que mais preocupa é a falta de governo.

Não dá para resolver a curto prazo”, opinou.

Akel Araújo disse que vai abraçar sem medo a rede privada. “Os salários não são melhores, mas a qualidade do atendimento é melhor”, comparou. “Deixamos de ser omissos.

Dissemos não.

Deixamos de ser coniventes com essa barbaridade (a escolha de quem vive ou quem morre na chegada ao hospital)”, explicou. “Os médicos já vem falando na crise há muito tempo, relatando os problemas, que são graves.

O governo foi omisso, nunca tomou uma posição.

Não é só a questão salarial.

O problema é atender um paciente grave, no chão, sem maca, com salas de recuperação sempre lotadas”, reclamou.

PS: lamento não ter uma imagem do médico para mostrar para vocês, mas a bateria do celular (hoje transformado em câmara fotográfica e de vídeo) foi para o espaço muito antes da conversa.