Caro Jamildo, Hoje estamos todos de luto em Pernambuco pela perda do grande Pelópidas Silveira mas acho que a maior homenagem que se pode fazer a ele é seguir seu exemplo.

Um dos exemplos de Pelópidas era a tolerância e é exatamente isso que está faltando nesta grave crise que abate o setor de saúde no estado.

Embora se entenda que o estado não pode ir ao limite do impossível no caso dos salários dos médicos, a saída é a compreensão, jamais o achincalhe e a tentativa de desmoralização de uma categoria à qual devemos muito.

Os médicos brasileiros sofrem hoje nas emergências o estresse diário de um setor de saúde que pena por falta de remédios, de pessoal para-médico e pela superlotação como a que presenciei há dias no Hospital da Restauração, com doentes deitados no chão à espera de assistência.

Tínha-se conhecimento de pessoas deitadas em macas, o que tem sido comum, mas no chão foi a primeira vez que presenciei.

Pois bem, enquanto todos fecham os olhos para essa realidade, os prefeitos fazem de conta que o problema não é com eles e o Presidente também, os médicos não podem fugir, têm que conviver com o problema.

E o pior: passam pelo maior dos dramas humanos que é escolher quem vai viver e quem vai morrer, já que, não podendo assistir a todos, acabam vivendo continuadamente um drama hamletiano.

Presenciei no governo Jarbas movimentos iguais a esse dos médicos.

Eles também entregaram os cargos, pressionaram e sempre receberam a compreensão, por isso nunca chegamos a uma situação limite como a atual.

Agora, porém, o posicionamento não está sendo o mesmo e daí a radicalização.

Na hora em que se puxa a corda ela acaba partindo.

Acho que a postura deveria ser a de chamar a categoria, pedir o seu apoio e dar-lhe, não só o Governo, como toda a sociedade, apoio e compreensão.

Não há dinheiro que pague o drama vivido pelos médicos nas emergências hospitalares, portanto vamos nos unir a eles e não achincalhá-los.

Abraços Terezinha Nunes