Médicos da emergência do Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, estão trabalhando normalmente por força de uma liminar judicial concedida, ontem (5), pela juíza Sílvia Amorim, na ação civil pública impetrada pelos promotores de Justiça Frederico Oliveira e Odir Flávio.

A liminar atinge 61 médicos ortopedistas, clínicos, pediatras e cirurgiões.

Os dois membros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estão preocupados com os efeitos no Interior, em função do movimento sindical dos médicos da rede estadual de saúde, que prevê o pedido de exoneração em massa.

Na ação civil pública, os dois promotores pedem a concessão de liminar judicial em dois sentidos: impedir o Governo de exonerar os médicos demissionários até o final da crise; e obrigar os médicos da emergência do HRA a cumprirem seus plantões, até que a situação se normalize.

Frederico Oliveira lembrou que na última quinta-feira, quando a emergência do Hospital fechou as portas, por falta de médico, cerca de duzentos pacientes tiveram que ser removidos para hospitais públicos de Campina Grande, na Paraíba. “Nós entendemos o direito do médico de se demitir, mas, em contrapartida, entendemos que o Governo não tem como substituir quatrocentos médicos demissionários em curto prazo, sem colocar em risco a vida das pessoas mais pobres.

Daí, o que vale mais: o direito ao trabalho ou direito à vida?”, indaga Frederico Oliveira.