O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, no final da tarde de hoje (1º), o afastamento temporário de toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), até que sejam concluídas as investigações sobre o envolvimento do órgão em escutas telefônicos ilegais.

A Abin é suspeita de ter realizado escutas no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e de outras autoridades, segundo reportagem publicada pela edição desta semana da revista Veja.

O governo anunciou a decisão horas depois de Lula ter se reunido com o Mendes, no Palácio do Planalto, para tratar do assunto.

O presidente também referendou o pedido para que a Polícia Federal investigue o caso.

O afastamento da cúpula da Abin foi confirmado, agora há pouco, pela assessoria de imprensa do STF.

O afastamento da cúpula da Abin foi comunicado pelo Palácio do Planalto ao presidente do STF, pouco depois dele ter se reunido com os demais ministros da Corte para discutir o assunto.

Em nota divulgado ao final do encontro, os ministros disseram que aguardavam as providências “exigidas pela gravidade dos fatos” por parte da Presidência da República.

De acordo com a matéria publicada pela revista Veja, o presidente do Senado, José Garibaldi Alves (PMDB-RN), e os senadores Demóstenas Torres (DEM-GO), Tião Viana (PT-AC), Arthur Virgílio (PSDB-AM ), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Álvaro Dias (PSDB-PR) também teriam sido grampeados pela Abin.

Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio, além do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carbvalho, igualmente teriam sofrido escutas realizadas pela agência.

A revista publicou um diálogo entre o presidente do Supremo e o senador Demóstenes, que teria sido obtido por meio de escutas.

Diante da repercussão do caso, representantes do Judicário do Legislativo passaram a cobrar providências urgentes do presidente Lula em relação às denúncias.

Isso resultou na afastamento de Paulo Lacerda e de toda a cúpula da Abin.

Da Agência Brasil