Inaldo Sampaio, da Coluna Pinga Fogo em 28.08.2008 O governo Eduardo Campos venceu a queda de braço com o Sindicato dos Médicos e começará a implantar ainda este ano o mesmo modelo de gestão dos hospitais públicos que já vigora em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia.

Por esse modelo, médicos não mais comandarão os hospitais e sim fundações estatais de direito privado.

O projeto de Lei Complementar instituindo essas fundações foi encaminhado terça-feira passada à Assembléia Legislativa e deverá ser aprovado em regime de urgência.

A vantagem desse modelo de gestão é que o poder público terá mais flexibilidade para contratar e demitir pessoal, já que o regime de admissão, por concurso público, será a CLT.

O Estado remunerará esses servidores com base na sua produtividade e não mais da forma como remunera hoje: salários iguais para produtividades desiguais. É um modelo parecido com o de São Paulo, cujas unidades de saúde são geridas por OS (organizações sociais) e os médicos são remunerados proporcionalmente à quantidade de horas trabalhadas.

Para o Sindicato dos Médicos, todavia, o modelo proposto pelo secretário João Lyra Filho equivale à privatização dos hospitais públicos É um argumento corporativista que leva em consideração apenas os interesses da categoria e não o da população desassistida, que há décadas cobra melhoria nos serviços de saúde e ela nunca vem.

Se o atual modelo de gestão levou a saúde pública em Pernambuco ao fundo do poço, há que se testar uma nova fórmula. É o que o governo irá fazer agora entregando a gestão desses serviços à administração indireta.

Do jeito que está é que não pode continuar.