Com informações do site da CNI Brasília - Metade das empresas brasileiras deixou de exportar ou perdeu participação no mercado internacional nos últimos 12 meses por causa da valorização do real frente ao dólar.

Segundo a Sondagem Industrial Especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as pequenas e médias empresas foram as mais atingidas.

Entre as médias, 46% reduziram as vendas externas e 6% deixaram de exportar.

Entre as de pequeno porte, 42% diminuíram as exportações e 4% interromperam os embarques.

Nas grandes companhias, o impacto foi menor: 37% reduziram e 1% suspendeu as vendas ao mercado internacional.

Os setores têxtil, de móveis, de madeira e de vestuário foram os mais afetados.

Na tentativa de manter a participação no mercado externo, 78% das empresas adotaram medidas que incluem a redução de custo, os investimentos na qualidade e no design e a busca por novos clientes no exterior.

Além disso, as pequenas e as médias empresas foram as que mais sofreram com a concorrência dos importados.

Conforme a pesquisa da CNI, 74% das pequenas empresas afirmaram ter perdido participação no mercado interno.

Isso ocorreu com 67% das médias e 49% das grandes.

Os setores mais prejudicados foram têxtil, vestuário, calçados e equipamentos hospitalares e de precisão.

A valorização da moeda brasileira diante do dólar também estimulou a utilização de insumos importados.

Quando maior o porte da empresa, mais intenso é o uso de matérias-primas importadas.

A pesquisa da CNI mostra que 81% das grandes, 61% das médias e 41% das pequenas empresas usam insumos estrangeiros.

A Sondagem Especial sobre o impacto da valorização do real frente ao dólar foi feita com 1.564 indústrias entre 26 de julho e 6 de agosto deste ano.

Entre as empresas consultadas, há 885 pequenas, 458 médias e 221 grandes.