Por Edilson Silva Na eleição passada, para governador do estado, uma pesquisa de opinião publicada na véspera do primeiro turno, estampava na capa de um jornal de grande circulação a pontuação dos vários candidatos.
Apenas um deles não chegou a pontuar, mas todos os outros tinham no mínimo 1%.
Abertas as urnas, o candidato que não havia pontuado nas pesquisas teve mais votos que três outros candidatos juntos.
O resultado estava dentro da margem de erro, mas uma pergunta insiste em não calar: porque a margem de erro foi para cima para todos os demais candidatos e para baixo somente para um deles?
Esta situação se repete nesta eleição.
O candidato do PSOL, coincidentemente o mesmo da eleição passada, apareceu em algumas pesquisas sem pontuar.
O objetivo da aberração é óbvio e flagrante: dinamitar o caminho do crescimento desta candidatura, fazendo uma pressão sobre a opinião pública para que esta olhe com pouco interesse a campanha do PSOL.
Os que encomendam estas pesquisas sabem do poder que têm para influenciar a opinião pública.
Buscam, a todo custo, tornar o resultado das urnas previsível, seguro para eles.
Tentam, assim, criar blocos de candidatos.
Para eles deve haver o bloco dos “grandes”, que são aqueles que têm compromisso com o caos instalado para a maioria e com as benesses para uma minoria.
O outro bloco, para eles, deve ser formado por laranjas e nanicos.
Entre estes dois blocos, estaria um “cordão sanitário”, um vácuo político, teoricamente garantindo uma distância segura entre as candidaturas “radicais” e o poder político institucional.
Para eles, portanto, que representam as forças conservadoras da sociedade, é preciso impor ao PSOL o título de nanico, pois laranja seria forçar demais.
Acontece que nanico traz na sua essência a compreensão de algo estruturalmente pequeno, condenado ao não crescimento, como um ser humano anão.
Um partido que está há décadas disputando hegemonia política na sociedade e não consegue uma mínima representação institucional corre o risco de ser tratado como nanico, mas este não é o caso do PSOL.
O partido de Heloisa Helena vem buscando conjugar com equilíbrio uma postura coerente com ousadia política.
O fato de conquistarmos quase 7% do eleitorado nacional nas eleições presidenciais foi considerado uma afronta aos “donos do poder”.
Como aquela mulher sertaneja, nordestina, com aquele modelito franciscano, sem vaidades, sem maquiagens, sem dinheiro, dormindo sozinha em poltronas de aeroportos, pernoitando em casa de militantes, com menos de 1 minuto de guia na TV, boicotada pelos meios de comunicação, conseguiu esta proeza?
Esta é outra pergunta que não quer calar, e é por isso que as pesquisas tentam nos apequenar.
Eles, sempre eles, sabem que esta sertaneja, através do partido que fundou, lançou o maior número de candidatos em capitais no Brasil.
Sabem que não somos nanicos, somos sim, um partido novo, jovem e saudável, e que como tal, o tempo trará com naturalidade o desenvolvimento, crescimento e amadurecimento. É como cantava Cazuza, “… tuas idéias não correspondem aos fatos, o tempo não pára!”.
E felizes são aqueles cujo tempo conta a seu favor, pois este é uma variável cuja dinâmica é constante na equação da vida, e da política conseqüentemente.
A nós, do povo, do PSOL, cabe a persistência, a abnegação, a coerência, a radicalidade nos princípios e a construção de pontes sempre que for possível, a ousadia, a coragem, a vinculação mais profunda com todas as camadas sadias da sociedade.
Estamos fazendo a nossa parte.
PS:Presidente do PSOL/PE e candidato à prefeitura do Recife*