O próximo governo receberá contas externas melhores.

A afirmação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo ele, até setembro o governo vai decidir sobre a exploração do petróleo descoberto no fundo do mar, na chamada camada pré-sal, que ele considera um legado para o próximo Presidente da República. “Eu até gostaria de ser esse felizardo que vai receber toda essa riqueza mineral”, afirmou.

De acordo com o ministro a riqueza com a exploração no pré-sal será de US$ 200 a US$ 500 bilhões, “que poderão ser utilizados pelo próximo governo em benefício da população brasileira”.

Mantega afirmou que parte desses recursos podem ir para a educação, para honrar compromissos do país e para compor o Fundo Soberano.

Ele disse também que o país passará a ser um dos grandes exportadores de petróleo, com a exploração do pré-sal.

De acordo com ele, ao destinar ao Fundo Soberano parte dos recursos da exploração de petróleo, o governo evita que a forte entrada de dólares acabe gerando inflação e a chamada “doença holandesa” - conceito que relaciona a exploração de recursos naturais com a atividade industrial.

Chama-se assim porque durante os anos 60, houve uma escalada dos preços do gás que aumentou substancialmente as receitas de exportação da Holanda e valorizou o florim (moeda da época) e derrubou as vendas externas dos demais produtos por falta de competividade.

O ministro lembrou que as exportações triplicaram do início do governo até agora.

Ele disse que no final do governo anterior as exportações chegavam a US$ 60 bilhões e neste ano devem ficar em US$ 190 bilhões. “O Brasil já teve déficit comercial”, disse, lembrando que agora o país continuará a ter exportações maiores do que as importações.

Mantega também destacou o volume de reservas internacionais, que atualmente ultrapassa US$ 200 bilhões.

Segundo ele, o governo Lula recebeu o país com reservas de US$ 30 bilhões, sendo que US$ 15 bilhões eram do Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com dados do Banco Central, o resultado negativo das transações correntes (todas as operações do Brasil com o exterior) no primeiro semestre é o maior da série histórica, iniciada em 1947.

O déficit foi de US$ 17,402 bilhões.

Em junho o resultado negativo de US$ 2,596 bilhões é o mais elevado desde o mesmo mês de 1999 (US$ 2,926 bilhões).

Os motivos principais são o aumento das remessas de recursos para o exterior e a redução do superávit comercial (exportações menos importações).

Enquanto as exportações brasileiras crescem a 24%, as importações tiveram alta de 51%.

Mantega fez as declarações em entrevista a emissoras de rádio do estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no programa Bom Dia, Ministro.

Da Agência Brasil