A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas ouve às 14h30 o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.
Lacerda ofereceu-se para depor na CPI para prestar esclarecimentos sobre as atividades da agência.
Em depoimento na CPI na última quarta-feira (13), o banqueiro Daniel Dantas acusou Lacerda de ter encomendado a Operação Satiagraha à Polícia Federal por vingança.
Dantas disse que Paulo Lacerda articulou a operação em represália à divulgação de um suposto dossiê que o banqueiro teria revelado.
Esse dossiê teria dados sobre contas de Lacerda no exterior.
Lacerda era diretor Polícia Federal em 2004, quando a operação começou.
Daniel Dantas foi preso pela Operação Satiagraha em julho deste ano, juntamente com mais de 20 pessoas acusadas de crimes como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Atuação da Abin O depoimento de Lacerda também foi sugerido pelos deputados Vanderlei Macris (PSDB-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Marcio Junqueira (DEM-RR) e Gustavo Fruet (PSDB-PR).
Em seu requerimento, Macris lembra que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz afirmou que servidores da Abin participaram de forma independente da Operação Satiagraha.
Em depoimento na CPI, o delegado disse que esses servidores atuaram no levantamento de informações cadastrais dos suspeitos.
Macris afirma, no entanto, que existem suspeitas de que esses servidores tivessem uma participação mais ampla na operação.
O deputado Raul Jungmann também quer saber se é possível que servidores da Abin possam participar “informalmente” de operações de outros órgãos estatais.
Jungmann ressalta, ainda, o fato de a imprensa divulgar reportagens que apontam suspeitas da existência de um esquema de escutas telefônicas clandestinas envolvendo autoridades dos poderes Executivo e Judiciário.
Da Agência Câmara