Representantes das entidades médicas de Pernambuco - Simepe, Cremepe e AMPE - concederam entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira (18), na sede do Sindicato para discutir e, ao mesmo tempo, atualizar as questões sobre crise na saúde pública do Estado.

Entre os principais temas abordados pelos médicos: avaliação do plano de gestão do governo (aspectos positivos e negativos), encaminhamento de denúncia à Comissão de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU) que denuncia o genocídio em Pernambuco, caos nas emergências e a falta de resolução para as emergências cada dia superlotadas e repletas de problemas.

Segundo o presidente do Cremepe, Carlos Vital, a iniciativa de informar aos órgãos internacionais foi mais uma tentativa para reverter o quadro do serviço público. “O último final de semana culminou com a superlotação do Hospital Getúlio Vargas e nas duas únicas emergências cardiológicas públicas do estado, o Hospital Agamenon Magalhães e o Procape”, disse Carlos Vital. “Pacientes enfartados aguardavam a possibilidade inexistente de um leito, largados na rampa de acesso ao hospital”, denunciou.

De acordo com o presidente do SIMEPE, Antônio Jordão Neto, até agora, nada foi feito por parte do Governo Estadual para resolver a situação caótica dos hospitais e das emergências públicas da rede de saúde.

Antônio Jordão informou que mais de 200 médicos já pediram exoneração de seus cargos.

Grande parte deles são cirurgiões gerais, traumatologistas, uteístas, urologistas, pediatras, cardiologistas, entre outras especialidades.

A partir do dia 5 de setembro, os médicos que já entregaram suas exonerações deixaram em definitivo o serviço público do Estado.

O recente fechamento da UTI pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), única referência para transplantes em crianças, atesta a gravidade da situação.

Ontem (17), ocorreu mais uma vez a superlotação no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e das duas únicas emergências cardiológicas - Hospital Agamenon Magalhães e Procape.

Nesta manhã (18), cerca de 77 pacientes estão internados em leitos improvisados (macas) na Sala de Recuperação do Bloco Cirúrgico do HGV.

Diante do excesso de pacientes, os médicos pediram à direção do hospital que tomem providências com o encaminhamento dos mesmos para outras unidades de saúde.