NE põe em operação maior estaleiro do hemisfério Sul Por FÁBIO GUIBU DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPOJUCA (PE) O maior estaleiro do hemisfério Sul, o Atlântico Sul, entrou em operação há dez dias no complexo portuário e industrial de Suape, em Ipojuca (57 km de Recife, PE).

A empresa iniciou o processamento de 39 mil toneladas de aço para a construção de parte de uma plataforma de petróleo e de um navio petroleiro.

As encomendas, feitas pela Petrobras e Transpetro, braço logístico da estatal, serão entregues em 2010 e fazem parte de uma carteira de contratos que totaliza US$ 2,5 bilhões.

Segundo o presidente do estaleiro, Paulo Haddad, o empreendimento, apesar de já ter entrado em operação, será inaugurado oficialmente apenas em setembro, durante visita do presidente Lula.

As obras, disse, ainda estão em andamento e deverão ser concluídas em 2009.

A empresa, que ocupa um terreno de 162 ha, terá área industrial coberta de 130 mil m2.

O investimento é de R$ 1,4 bilhão.

O estaleiro tem como sócios os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, a sul-coreana Samsung Heavy Industries e a empresa PJMR.

Até agora, três contratos foram fechados.

Além de construir o casco da plataforma P-55 da Petrobras e dez navios petroleiros para a Transpetro, a Atlântico Sul também fabricará duas embarcações de transporte de óleo cru para o armador norueguês Noroil Navegação.

Capacidade plena Para atender as encomendas, serão utilizadas 328 mil toneladas de aço.

Em operação plena, o estaleiro terá capacidade para processar 160 mil toneladas de aço por ano.

Criada em 2005, a empresa é um dos maiores empreendimentos de Pernambuco e faz parte da nova safra de grandes projetos anunciados no Estado, como a refinaria binacional e a siderúrgica da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

Todas as grandes obras têm como endereço o complexo portuário e industrial de Suape, situado em posição geográfica considerada estratégica em relação às principais rotas de navegação do mundo.

A entrada em operação do estaleiro aquecerá o mercado de trabalho, com a geração de 30 mil empregos diretos e indiretos, em uma região que depende do turismo, da cana-de-açúcar e do trabalho informal, como a pesca artesanal.

Para o governo do Estado, a chegada da indústria naval a Pernambuco também deverá estimular a criação de parcerias com empresas locais para a fabricação de peças e insumos.