Por Wilfred Gadêlha, de Política/JC O escândalo das despesas irregulares praticadas por vereadores e ex-vereadores recifenses com as verbas de gabinete (indenizatórias) em 2006 e 2007 pode custar muito mais caro aos legisladores municipais do que o dinheiro devolvido aos cofres públicos por muitos deles: 58% dos 601 eleitores recifenses ouvidos na pesquisa JC/Vox Populi – registrada na 9ª Zona Eleitoral, sob o número 035/2008 – entre os dias 12 e 13 deste mês, admitiram que o episódio vai influenciar “muito” a escolha do candidato à Câmara do Recife.
A margem de erro é de 4 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Outros 12% dos entrevistados afirmaram que o escândalo terá “pouca” influência na hora de definir o voto para vereador, enquanto que 29% reconheceram que as notícias sobre notas frias, falsificadas ou de empresas irregulares, gastos com refeições e combustível não vai pesar na decisão.
Na análise por gênero, 60% dos homens entrevistados e 56% das mulheres afirmaram que as denúncias publicadas pelo Jornal do Commercio na terça-feira 5 de agosto vão influenciar muito seu voto.
Com relação à idade, a faixa etária com maior concentração de eleitores dispostos a “punir” os atuais vereadores está entre 40 e 49 anos, com 66%.
Entre os jovens de 16 a 24 anos, 33% disseram que o caso não terá influência no voto para vereador – o maior percentual no quesito idade, junto com os eleitores entre 30 e 39 anos.
Com relação à escolaridade, 59% dos eleitores que cursam de 5ª a 8ª séries afirmaram que o episódio das verbas de gabinetes vai influenciar muito.
Por outro lado, entre os entrevistados que estudaram até o ensino médio são os que menos se influenciarão pelas notícias do escândalo: 33%.
O percentual dos eleitores recifenses que tomou conhecimento das denúncias de malversação de verbas públicas pelos vereadores, ainda de acordo com a pesqusia, é de 57%.
Quarenta e dois por cento disseram que tomaram conhecimento através do pesquisador.
E 1% não soube ou não quis responder.
O escândalo das verbas de gabinete veio à tona após a reportagem do JC ter acesso ao relatório de uma auditoria especial feito pelo Tribunal de Contas do Estado, que revelava malversação de recursos públicos da ordem de R$ 1,2 milhão.
Na terça-feira, após a publicação de reportagem que apontava o envolvimento de 26 vereadores no escândalo, a Câmara recuou e extinguiu o atual modelo de prestação de contas, passando a responsabilidade para a mesa diretora.
Confira infográfico sobre a pesquisa.