O banqueiro Daniel Dantas disse há pouco aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas que atribui a abertura de investigação da Operação Chacal, da Polícia Federal, em outubro de 2004, a uma articulação feita pela Telecom Itália, com o objetivo de abafar e impedir as investigações em relação à empresa Kroll. “A Telecom Itália articulou para que a operação da Kroll não prosseguisse.

O objetivo era suspender, parar com a investigação”, disse Dantas que, apesar de ter conseguido habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo que ficasse calado, tem respondido às perguntas dos parlamentares.

Daniel Dantas disse que a Telecom Itália teria distribuído “25 milhões de euros de propina no Brasil” e que a investigação da Kroll teria o objetivo de identificar para quem teria ido o dinheiro.

Na abertura dos trabalhos da CPI, Daniel Dantas abriu mão de fazer uma exposição inicial e colocou-se à disposição dos deputados para responder aos questionamentos.

Dantas disse que é réu em três ações: uma, por ter contratado a empresa Kroll com o objetivo de espionar autoridades do governo e empresários; outra, acusado de contratar escutas telefônicas clandestinas; e a terceira, refere-se à Operação Satiagraha, da Polícia Federal, na qual ele é acusado de crimes financeiros, corrupção e formação de quadrilha.

Daniel Dantas negou que tenha sido o mandante dos grampos telefônicos de adversários empresariais.

De acordo com Dantas, a Telecom Itália foi quem contratou a empresa de investigação Kroll. “A Brasil Telecom [à época controlada pela Telecom Itália, entre outros sócios] contratou a Kroll por ser a mais requisitada da àrea”, disse Dantas.

Ele negou que tenha havido grampos telefônicos.

Ele afirmou que, no processo que corre na Justiça Federal sobre o caso, não há referências a grampos telefônicos.

Informações da Agência Brasil