Por Edílson Silva - Presidente do PSOL/PE e candidato do PSOL à Prefeitura do Recife Solidariedade ativa à população da Imbiribeira A convite de moradores da Imbiribeira, organizados na Associação Pró-melhorias do bairro, estive ontem pela manhã na comunidade para acompanhar o processo de resistência dos moradores contra a construção de um conjunto habitacional em uma área de lazer que serve há mais de 40 anos àquela população.
Esta área, com campo de futebol, fica às margens do Rio Tejipió, entre as duas pontes que ligam os bairros de Afogados à Imbiribeira, e tinha uma significativa área verde, contando também com vestiários, grades, postes de iluminação e outras benfeitorias patrocinadas pelos moradores ao longo de vários anos.
Num momento crítico da cidade, em que temos que combinar urbanização de áreas vulneráveis com o oferecimento de equipamentos públicos de esporte, cultura, arte e lazer para a nossa população, sobretudo para a nossa juventude, a prefeitura da cidade decide dar fim a uma área de lazer, derrubando todas as árvores, para construir cerca de 60 unidades habitacionais.
O debate neste caso não é contrapor moradia versus áreas de lazer, pois sobram áreas na cidade para construir unidades habitacionais sem eliminar as áreas de lazer existentes.
A polêmica reside nos seguintes fatos: 1 - As famílias que estão sendo “beneficiadas” com as unidades habitacionais construídas na área de lazer moram atualmente nos fundos da Faculdade Universo, que funciona na Mascarenhas de Moraes.
A prefeitura, mais uma vez, presta-se ao desserviço de “limpar” áreas da cidade para facilitar a vida de setores ricos da cidade, a exemplo do que fez com Brasília Teimosa.
Ao invés de urbanizar o espaço onde as pessoas vivem, trabalham e estudam, a gestão petista acha mais fácil coloca-las bem longe das áreas destinadas a especulação de todo tipo. 2 - A prefeitura certamente não fez o estudo do impacto ambiental da transferência destas famílias para as margens do Rio Tejipió, já tão degradado.
A área onde as unidades estão sendo construídas não tem saneamento, e os dejetos serão lançados diretamente no Rio. 3 - A prefeitura não consultou os moradores da área, que tem direito garantido em lei para opinar sobre os impactos de obras deste porte e desta natureza na vizinhança, ou seja, a estória do Parque Dona Lindu agora se repete com outro formato, com o autoritarismo da prefeitura se impondo sobre as populações locais. 4 - Além de tudo isto, a prefeitura está destruindo uma história de vida daquela comunidade.
O orgulho que os moradores tinham e têm daquele espaço, beneficiado por eles próprios, com recursos próprios, é algo comovente.
As pessoas se apegam ao seu bairro, à sua rua, às suas rotinas, e isto deve ser respeitado ao máximo.
Os moradores queriam e querem a qualificação do espaço, para servir ainda melhor à comunidade. É por tudo isto que a Associação Pró-melhorias da Imbiribeira conseguiu embargar a obra através de decisão judicial, assinada pelo Juiz José Henrique Coelho Dias da Silva, e notificada à Prefeitura no dia 05 de agosto do corrente ano.
No entanto, para surpresa de todos, após esta decisão judicial a prefeitura acelerou as obras e esta descumprindo a Lei, com o objetivo de consumar um fato.
Diante desta situação absolutamente irregular e absurda, a Associação solicitou a prisão administrativa do Prefeito João Paulo. É a segunda vez que a prisão é solicitada neste mesmo caso, e o prefeito, em outra oportunidade, só respeitou a Justiça após estar em vias de ser preso.
Nossa candidatura se solidariza com a Associação e com os moradores e denuncia publicamente o modo petista de desrespeitar a nossa população e o meio ambiente, enquanto cuida com todo carinho das elites da cidade.