Ainda sofrendo as conseqüências da enchente ocorrida em 2005 que deixou milhares de desabrigados no município, Moreno está perdendo uma grande oportunidade de executar um projeto de reurbanização que beneficiaria cinco mil pessoas no bairro de Nossa Senhora da Conceição.

O Ministério das Cidades incluiu o projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), solicitando à Prefeitura a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 5,6 milhões, mas a Câmara Municipal se posicionou contra.

Para a deputada Terezinha Nunes, o município está sendo prejudicado por conta de uma manobra política. “Como para abertura do crédito suplementar seriam necessários metade mais um dos votos dos vereadores, que são 10, a presidente da Câmara faltou à votação, obrigando o primeiro secretário, que tinha se declarado favorável ao projeto, a presidir a sessão.

Isso impediu que a matéria tivesse os seis votos necessários.

Cinco vereadores votaram a favor, três se abstiveram e o projeto foi arquivado”, denunciou.

A parlamentar defende que o Ministério Público de Pernambuco deveria investigar o caso. “No estado moderno não tem cabimento a disputa política afrontar o interesse público”, disse. “Já foram tentadas várias formas de desarquivar o projeto mas, até o momento, a mobilização tem sido em vão, o que vem causando grande celeuma na cidade e provocando revolta da população, sobretudo do bairro onde as obras seriam realizadas”.

Com 55 mil habitantes, Moreno é um dos municípios mais carentes da Região Metropolitana e tem orçamento anual de apenas R$ 40 milhões. “Espero que essa situação vexatória possa ter fim com a Câmara de Moreno, através de sua direção e dos vereadores de oposição, agindo com mais cuidado e responsabilidade no que se refere a projetos que são do município e não de grupos políticos”