Cerca de 23 médicos traumato-ortopedistas das emergências do HGV, HR e HGOF e 33 intensivistas da HR da rede estadual de saúde protocolaram, hoje à tarde (7), na sede da Secretaria Estadual de Saúde, bairro da Boa Vista, os pedidos de exoneração de seus cargos.

Eles foram reforçar a decisão tomada pela categoria em Assembléia Geral em protesto contra a falta da retomada de negociação pelo Governo do Estado.

De acordo com o diretor do Simepe, Pedro Nóbrega, os médicos não abandonam efetivamente seus cargos de imediato.

Somente daqui a 30 dias eles devem sair do serviço público.

Nesta quinta, o médico Antônio Rodrigues confirmou a entrega dos pedidos de exoneração de 27 médicos do Hospital Regional de Serra Talhada e de ortopedistas que trabalham no Interior.

A expectativa é de que nos próximos dias 486 médicos deverão pedir exoneração.

De acordo com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), os médicos que trabalham nas UTis e os ortopedistas das três maiores emergências do estado – Hospital da Restauração, Otávio de Freitas e Getúlio Vargas – se juntaram aos 35 cirurgiões gerais e 24 cirurgiões vasculares que já haviam pedido exoneração na última terça-feira.

Os pedidos de exoneração estão sendo dividida por especialidade e estava programada há pelo menos duas semanas, após a Assembléia Geral dos médicos.

As principais reivindicações do sindicato são melhores condições de trabalho, reajuste do salário-base de R$.1900,00 para R$ 3.400, cumprimento integral do acordo feito em 2007, aumento dos percentuais do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e equiparação salarial dos plantonistas com os dos neurocirurgiões que hoje ganham R$ 5.000,00.

O secretário-geral do sindicato, Mário Jorge Lobo, acredita que, esta semana, o número de pedidos de exoneração chegará a 200.

Segundo ele, há atualmente cerca de 500 solicitações de demissão no Simepe. “O processo foi iniciado.

Esses documentos que estão no sindicato denotam uma intenção, uma tendência”, ponderou.

Cerca de 80% dos médicos que enviaram cartas ao Simepe atuam em emergências.

O serviço público conta com apenas seis mil profissionais de saúde em todo o Estado.