Por Sheila Borges, da editoria de Política do JC Situação semelhante foi encontrada pelos auditores, que investigam o uso da verba de gabinete dos 36 vereadores do Recife, nos documentos das prestações de contas de Liberato Costa Júnior (PMDB) e Caio Pires (PMN).
Os dois vereadores protocolaram notas fiscais da gráfica S.S.
Comércio e Serviços Ltda.
Declararam que gastaram R$ 31,5 mil com material impresso.
Segundo as notas fiscais, o estabelecimento fica na avenida Getúlio Vargas, nº 856, sala 1, em Bairro Novo, Olinda.
Lá, o TCE encontrou duas lojas: a doceria Cara Melada, que está no endereço há 15 anos, e o cabeleireiro Gilvan Dantas, que aluga o espaço há 14 anos. “Nunca ouvi falar desta gráfica. É fantasma”, falou.
Liberato ficou surpreso porque as notas fiscais eram aprovadas pela própria Câmara de Vereadores. “Não temos estrutura para verificar tudo pelo gabinete.
O tribunal nunca tinha feito isso antes”, afirmou.
Caio Pires disse que o vendedor da gráfica se dirigia ao gabinete.
Nem ele nem os assessores nunca foram ao estabelecimento. “Sempre comprava lá.
Agora, mudei porque apareceram outras com preços melhores.
A gente não tem culpa disso”, argumentou.