A transposição das águas do Rio São Francisco é um projeto irreversível e o edital para a concorrência pública, que escolherá as empresas ou o consórcio de empresas, habilitadas a executar o as obras necessárias, será divulgado ainda no decorrer do mês de agosto, garantiu, em São Paulo (SP), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.

Vieira Lima proferiu palestra sobre esse tema e outras atividades da sua Pasta para cerca de 500 convidados da ADVB-SP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), que compareceram para ouvi-lo, na sede do Clube Monte Líbano, das 12h30 às 14h30.

O ministro da Integração Nacional explicou que “o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco é a solução definitiva para resolver o problema de infra-estrutura hídrica da região Nordeste”.

Segundo Geddel, do total da água brasileira, 3% estão no Nordeste e, desse volume, 80% estão no Rio São Francisco. “A intenção”, disse o ministro, “não é simplesmente tirar água de um lugar e colocá-la em um outro, mas, sim, oferecer segurança hídrica aos Estados do Nordeste”.

Além disso, é preciso revitalizar o rio de forma que se possa garantir água potável para a região.

Geddel explicou que a seca no Nordeste ocorre porque 75% da umidade da região se perdem por evaporação.

Segundo ele, com o projeto, 1,4% da vazão de água, que atualmente vai para o oceano, feitas as obras necessárias à transposição, irá para as torneiras e também para irrigação. “Com isso, conseguiremos regularizar o abastecimento na região, com a possibilidade de evitar a seca nas épocas em que não há chuva e, consequentemente, diminuir o êxodo rural”, falou.

O custo total do projeto está estimado em cerca de R$ 6,5 bilhões.

Sendo R$ 5 bilhões para as obras de transposição, R$ 1,3 bilhão para revitalização do rio, além de R$ 200 milhões que serão destinados para o suprimento de energia e interligação da bacia do São Francisco. “A previsão é entregar parte da obra, que compreende o eixo Paraíba-Pernambuco, ainda durante o governo Lula”, afirmou o ministro.

Para atender às necessidades das comunidades mais afastadas, foram desenvolvidas alternativas como poços, cisternas e barragens, a exemplo do programa “Água Para Todos”, criado para abastecer a população ribeirinha do São Francisco, que, apesar de próxima às margens do rio, não tem acesso à água.

Geddel Vieira Lima também apresentou outros projetos que estão sendo tocadas durante a sua gestão, dentre eles, o da “Amazônia Sustentável”, que visa não apenas ao plantio de árvores, mas também a interligar os pólos de desenvolvimento econômico na região.

O ministro falou ainda sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Regional, criada para reduzir a desigualdade em áreas como saúde, educação, inclusão social, produtividade e competitividade econômica, que segundo ele, é o grande problema do País.