Na Folha de São Paulo de hoje Primeiro num táxi e, depois, em sua casa, um apartamento alugado onde vive desde 2003 na capital, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, 49, concedeu a primeira entrevista desde que deixou o comando da Operação Satiagraha.

Disse, desde os contatos iniciais para a realização da entrevista, que não falaria sobre o conteúdo do inquérito nem sobre outros pontos da operação, alegando o dever de zelar pelo sigilo da investigação.

Mas fez várias alusões, veladas ou indiretas, ao caso.

O inquérito que embasou a Satiagraha levou à prisão, por duas vezes, o banqueiro Daniel Dantas, solto em ambas as vezes por ordem do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.

Também foram presos -e depois soltos- o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, entre outros acusados.

Em documento protocolado na Justiça Federal, Protógenes, afastado do caso pela cúpula da PF -ou “a pedido”, segundo a versão oficial-, disse ter havido “tentativa de obstrução” do trabalho por delegados da direção geral do órgão.

Também citando a questão do sigilo sobre os autos, ele não comentou, na entrevista, motivos que o levaram a fazer a queixa à Justiça.

O delegado defende a autonomia da PF, tema de um projeto de emenda constitucional que tramita no Senado.

Segundo ele, os delegados hoje estão “expostos” e “fragilizados” e precisariam ter garantias de permanência no cargo durante as investigações.

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