Em conversa com o Blong na tarde dessa segunda (28), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal), Alberto Alves dos Santos, o Betão, rebateu todas as acusações que lhe são feitas pela oposição, derrotada nas eleições da entidade, no início de julho.

Sobre a denúncia de não ter fornecido a lista de votantes, contrariando o estatuto do sindicato, Betão afirma simplesmente que é mentira da oposição, ligada ao PCdoB (leia os dois posts anteriores). “Fizemos a lista por ordem alfabética e deixamos à disposição deles.

Só que eles queriam por empresa”, contou.

Questionado se negar a lista por empresa não dificultaria o trabalho da oposição junto aos eleitores, Betão respondeu que seguiu expressamente o que prevê o estatuto do sindicato.

A categoria tem cerca de 15 mil trabalhadores em todo o Estado.

Destes, 5,7 mil são associados ao sindicato e estão aptos a votar.

Nas eleições do início do mês votaram 3.282.

Betão foi reeleito com 1.887 votos, contra 1.244 da oposição.

Houve ainda 29 em branco e 122 nulos.

Quanto à acusação de ter se aliado aos patrões e conseguido que estes pressionassem os trabalhadores de algumas fábricas a votar na situação, Betão diz que é o velho e bom “chororô de perdedor”. “Durante a campanha eu nem respondi a esta acusação.

Só fiz lembrar aos companheiros que, na minha gestão, conseguimos aumento real (acima da inflação) de 6,38% para o conjunto da categoria e de 15% para o piso salarial”, disse.

Ele também lembrou que as eleições e a apuração foram acompanhadas pelo procurador do Ministério Público do Trabalho Fábio André de Farias.

De fato, como presidente do processo de apuração e indicado com o apoio das duas chapas, Farias assinou a ata de lavratura do resultado sem apontar irregularidades. “Não havendo a incidência de nenhuma nulidade que inviabilize a proclamação do resultado, e não tendo sido aduzida por nenhuma das chapas qualquer vício que macule o processo de apuração da eleição, foi declarada vencedora a chapa 1”, escreveu o procurador.

FUNDAÇÃO Sobre a fundação Instituto de Saúde do Trabalhador Metalúrgico, ligada ao sindicato, Betão admite que preside a ONG temporariamente e que celebrou um acordo com a Acuumuladores Moura, em fevereiro, para que a empresa recolhesse as contribuições associativas dos trabalhadores na conta da entidade e não do sindicato.

Segundo ele, era uma forma de fazer com que o Instituto pudesse dar os “primeiros passos”.

Mas diante do clima de animosidade com a oposição, ele voltou atrás e todos os depósitos foram feitos na conta do Sindmetal.

Betão não desiste, no entanto, de fazer a fundação funcionar para valer.

Ele defende que a ONG tem, pela lei, uma flexibilidade maior que o sindicato para firmar convênios com órgãos públicos e privados, o que garantiriana sua opinião, um melhor atendimento de saúde para os metalúrgicos. “Os companheiros exageraram nma dose”, reclamou. “A política é dinâmica.

Amanhã podemos estar juntos de novo”.